Reino Tchokwe
segunda-feira, 16 de maio de 2016
O REI DA TRIBO TCHOKWÉ NO MUNICIPIO DE MUCONDA
O Rei Tchokwe, Mwatchissenge-Wa-Tembo Dom Ndumba Alberto fez a partir do dia 06.05.016 um perito ao Município de Muconda e suas Comunas onde teve encontros com as Autoridades Tradicionais. Nos encontros realizados o Rei transportou varias preocupações da população para serem canalizadas ao Governo Provincial.
sexta-feira, 22 de abril de 2016
REI MWATCHISSENGE-WA-TEMBO NUM ENCONTRO COM O MINISTRO DA ADMINISTRAÇÃO DO TERRITÓRIO DA REPUBLICA DE ANGOLA VIRGÍLIO DE FONTES PEREIRA
No acto central do dia 4 de Abril de 2016, dia da paz em Angola o Ministro da Administração do Território, da Republica de Angola, reunio na Aldeia (Nganda) do Sueja a 20 kms da cidade capital da Lunda-Sul com todas as Autoridades Tradicionais daquela Provincia, na presença de Sua Majestade Rei Mwatchissenge-Wa-Tembo. Estiveram presentes neste encontro a Sua Excelência Srª Governadora Provincial da Lunda-Sul, Drª Maria Cândida Guilherme Narciso, membros do Governo central, Deputados das bancadas da U.N.I.T.A., CASA-CE, E outro com acento parlamentar.
Neste encontro, o Reinado fez a leitura de um memorando das preocupações que afligem as
populações a nível da Região Leste de Angola.Es o Teor:
REINO
TCHOKWÉ DE MWATCHISSENGUE-WA-TEMBO
REGEDORIA
DE MWATCHISSENGUE-SUEJA
MEMORANDO DAS PRINCIPAIS PREOCUPAÇÕES QUE AFLIGEM AS AUTORIDADES
TRADICIONAIS DA PROVINCIA DA LUNDA-SUL NAS TERRAS DE MWATCHISSENGE-WA-TEMBO, A
EXPOREM A SUA EXSCELENCIA SENHOR MINISTRO DA ADMINISTRAÇÃO DO TERRITORIO DA
REPUBLICA DE ANGOLA, JUNTO A COMETIVA QUE O ACOMPANHA.
EXSCELENCIA, As Autoridades Tradicionais desta Provincia da
Lunda-Sul , desejam as boas vindas a todos menbros da cometiva.
-Em nome
de todas as Autoridades Trdicionais desta Provincia queremos manifesta o nosso
profundo reconhecimento aos enormes esforços que a Sua Exscelencia Sr.
Presidente da Republica de Angola Engenheiro josé Eduardo dos Santos pelos
feitos que este pais alcançou. Hoje o povo Angolano comemora mas uma vez um
aniversario da paz efectiva no nosso pais, fruto do esforço do executivo.
Excelencia as Autoridades Tradicionais desta Provincia reconhecem
indiscutivelmente os esforços que o Governo deste Pais tem feito para manter a paz
que hoje é uma realidade.
Reconhecemos
que muita coisa foi feita, e muito ainda por se fazer estamos cientes de que
melhores dias viram, a crise que assola o nosso pais afectou alguns programas
do nosso executivo, estamos convictos de que tudo isso será ultrapassado a
medio prazo.
Nesta
parcela do território nacional o esforço é também extensivo a Sua exscelencia
Senhora Governadora Provincial da Lunda-Sul, Doutora Maria Candida Guilherme
Narciso,que tem sabido guiar este barco rumo ao bom desenvolvimento desta Provincia nos varios dominios, isto é, na construção de
varias escolas, postos médicos, residencias para Autoridades Tradicionais,
professores e médicos temos fé, que
ainda este programa continua, visto que temos Regedorias e bairros neste
Municipio de Saurimo, sem residencias para Regedores e Sobas, assim como
escola postos medicos e água potavel.
-Exscelencia,
aproveitamos a vossa presença para pedir-mos que se requalifique o bairro Sueja
nos proximos dias por ser um bairro onde actuamente esta sedeado o Trono de Sua
Magestade o Rei da tribo tchokwé, também a construçao de uma escola e posto
medico de referencia, visto que os alunos neste bairro asistem aulas num jango
comunitário com condiçoes muito precaria.
AS AUTORIDADES TRADICIONAIS DESTA PROVINCIA TEM COMO
PREOCUPAÇÕES ENTRE OUTRAS AS SEGUINTES:
1)-Que se
conclua com a construçao das restantes residencia dos Regedores no Municipio de
Saurimo, nomeadamente a Regedoria Sameneca, Regedoria do Itengo, Regedoria
Kazembe e Regedoria do Sueja, assim como residencias para Sobas nos Bairros já
unificados a nivel da Provincia.
2)-O Povo
desta região pede ao Governo Central que se restitua a Escola Centro de
Formação Profissional Luxilo/Luxinene na Província da Lunda – Norte, visto que
esta Instituição garantia emprego para a camada jovem na região, esta formação
facilitava a obtenção do emprego para a juventude na região porque a mesma é
produtora de tais recursos.
3)-A
população desta região pede ao Governo Central que haja um Hospital Regional de
referência com equipamentos de alta tecnologia para acudir certas situações que
têm acontecido nos últimos anos na região.
4)-Que
haja políticas de apoio ao fomento de agricultura mecanizada na região, para
que possa ajudar o desenvolvimento da mesma.
Para
terminar as A. T. desta Provincia agradecem imenso a visita de Vossa exscelencia Sr. Ministro da
Administraçao do Território da República de Angola junto a delegaçao que o
acompanham, desejamos que as preocupações expostas sejam vistas e resolvidas dentro
das possibilidades ao alcance do nosso Governo.
UNIDOS
SOMOS CAPAZES.
MUITO
OBRIGADO.-
REINO TCHOKWÉ DE MWATCHISSENGE-WA-TEMBO
segunda-feira, 5 de outubro de 2015
CHEGADA DO REI DOM NDUMBA ALBERTO MWATCHISSENGUE-WA-TEMBO NO ITENGO PARA A FESTA PUBLICA DE RECONCILIAÇÃO FAMILIAR.
No dia 03.10.015 deu-se por concluir o processo de reconciliação da família Real Mwatchissengue-Wa-tembo que teve inicio dia 03.08.015, isto foi resultado do esforço e dedicação dos jovens da família Real, que com ajuda dos interlocutores conseguiram fazer sentar o tio e sobrinho a mesma mesa e acabar com o conflito no reino tchokwé de Mwatchissengue, conflito este que durou 35 anos prejudicando o desenvolvimento da região e o trono de Mwatchissengue-Wa-Tembo.
PROCESSO DE RCONCILIAÇÃO NA FAMILIA REAL MWATCHISSENGUE-WA-TEMBO
Já foi concluído o processo de reconciliação na família Real Muatchissengue-wa-tembo, situação essa que durou 35 anos, finalmente o tio Rei Muatchissengue Dom NDumba Alberto e seu sobrinho Muatchissengue Carlos Manuel Mwatchitambuila fizeram as pazes e comeram juntos na mesma mesa. Primeiro foi dia 26.09.015, no Bairro Sueja, onde esta situada a residência oficial do seu tio Dom Ndumba Alberto, Para se concluir o processo no dia 03.10.015 Sua Majestade Rei Muatchissengue deslocou-se para Itengo onde reside o seu sobrinho Muatchissengue Muatchitambuila.Isto foi resultado do esforço e dedicação dos jovens da família Real que podemos destacar: Lucas João, Estêvão Muatchilambo, César Alberto Esperança,Guilherme Martins, Chico Sakavula, Santos Sakavula, Delfim Txitambuila, Pedro Sapindji, Menezes Nelson, Sr. Mulombe, Sr. Wandamana e outros.
terça-feira, 1 de setembro de 2015
ENTREVISTA COM COM A R.N.A.
quinta-feira, 27 de agosto de 2015
REINO TCHOKWÉ
Surgimento do
Reino Tchokwé e o trono
de Mwatchissengue-Wa-Tembo
Em meados do século XVI, na grande
migração do povo bantu, retirando-se do Lundju-nhi-Senga uma área situada entre
os lagos Moero e Tanganhica na região dos grandes-lagos, a caravana era chefiada
por um homem chamado Txinhaweji Nbala-Ngoio, este foi o pai de Mwaku-a-Kesse e
Naweji-weji.
Esta foi a família Real, e era
numerosa, o Mwaku-a-Kesse foi o pai do Mwanzanza Mwaricamonga e Yala-Muaku.
-O Yala-Mwaku foi o pai de Konde
Matete, Nakapamba e NdondjiTchakala.
-Primeiro filho de Yala-Muaku
chamou-se Konde-Matete.
-Konde-Matete foi o pai de
Tchinguri-txa-Konde, Txinhama-txa-Konde, Lueji-a-Konde e Kalumbo.
-A Segunda filha de Yala-Mwaku
chamou-se Nakapamba.
-Nakapamba foi a mãe de Txumba-Kalunga,
Tembo-Kalunga e Txitxu-txa-Kalunga.
-O terceiro filho de Yala-Mwaku
chamou-se Ndondji-Txakala. Descendência do clã Mwana-Kafunvu.
INÍCIO
DO GRANDE MOVIMENTO DO ÊXODO TCHOKWÉ
Já nas áreas de Khalanhi, na atual
R.D.C. no ano 1650 morre Konde Matete filho de Yala-Mwaku e a pulseira
(Lukhano) símbolo do poder fica com a sua filha Lweji-a-Konde, muito nova
torna-se Rainha, porque o pai antes da sua morte tinha confiança nela em
relação aos seus filhos Txinguri e Txinhama.
Um jovem caçador baluba, chamado
TxipindaYlunga apareceu nas áreas de Khalanhi, região onde se situava a
Mussumba quando o império dos seus avós ruía, isto é, nas mediações do
acampamento onde a Lweji-a-Konde era a Rainha,
Alguns populares preparavam
constamente maluvo bebida tradicional extraída de plantas semelhantes as
palmeiras, que se chama (khele) para oferecerem a Rainha, e sempre que o
caçador chegava no local da extração consumia a bebida nos reservatórios
(Izanda) e deixava grandes nacos de carne. Quando foi descoberto e capturado
foi levado junto a Rainha. Após o esclarecimento do ocorrido a Rainha por sua
vez achou o escravo de elegante, decidio que permanecesse no palácio (Txiphanga),
como família e não como escravo.
Pela tradição a mulher no período menstrual
não pode usar a pulseira (lukhano) que simboliza o poder tradicional. Nessa
altura, o homem feito escravo no palácio (txiphanga) se tornara esposo da
Rainha, e no período do círculo mensal o Lukhano (pulseira) era entregue a
txipinda ilunga e a Rainha ordenava que todos sem exceção o respeitassem como
Rei. Esta notícia foi mal acolhida principalmente pela família Real, como
também tinham negado a proposta de casamento, com o forasteiro txipindailunga.
Tchinguri-txa-Konde irmão da Rainha Lweji-a-Konde ambos filhos de Konde-Matete,
reuniu algumas famílias que não aprovaram a decisão da Rainha e retirou-se da
Mussumba rumo ao sudoeste atravessou o rio Kassay,rio Kwango rio Lui foi
acampar-se nas portas de Luanda. Tchinguri veiu a fixar-se definitivamente no
alto Lui, e o seu povo espalhou-se pela região de Kassanje, onde veio a fundar
um novo Estado “Os Bangalas”.
Retiraram-se
da Mussumba, primeiro Txinguri-Txa-Konde irmão mas velho da Lueji. Depois a
Nakapamba acompanhado por numerosos grupos incluindo outros partidários de
Txinhama-Txa-Konde e de Kayombo Mundjumba amigos de Txinguri-Txa-Konde.Entretanto,
a partida de Txinguri de Khalanhy, criou divergências entre os Kalundas e
outras tribos. Lweji por sua vez reuniu os carúla (parentes) da linhagem ascendente
para ouvir suas opiniões. Nesse encontro, a sua Tia Nakapamba sugeriu a suana
mulunda (herdeira do estado) naquela altura que mandasse voltar Txinguri, e prontificou-se
a ir busca-lo, Lweji e seu marido concordaram com a ideia.Lweji-a-Konde
apercebendo-se da situação, convocou o povo e disse-lhes “ayekuatchinguri” o
que significa, os de tchinguri acompanhem-no, do termo “aye-kua” empregue por
Lweji pretende-se explicar á etimologia (Tchokwé, Katchokwé,Tutchokwé)
designação aplicada aqueles que partiram da Mussumba nas peugadas de
Tchinguri-Txa-Konde.A retirada dos tchowés na Mssumba foi muni ciosamente
preparada, Foram ponderadas questões logísticas, travessia dos rios, grupos de
avanço, etc., uma operação que levou anos para ser concretizada.
O
grupo de avanço foi chefiado por Fota e tinha a missão de escolher as
melhores vias por onde as caravanas podiam passar. Qualquer obstáculo maior era
contornado e os pequenos eram superados com medidas paliativas. No caso dos
rios como Cassai e Liambeji (actual Zambeze) eram contornados pelas nascentes,
ao passo que os outros eram transpostos através de pontes precárias de pau
construídas pelo grupo chefiado por Nguji. Ao Chitelembe foi
confiada a logística, ou seja, comandar as operações de caça, pesca e recoleção
de frutos silvestres para alimentar a população em marcha.
Ao
longo do percurso, que levou muitos anos, foram criados vários acampamentos de
passagem onde permaneciam longos dias ou meses, para se renovar as energias e
depois retomar-se a marcha.
Atingida
a outra margem do rio Luau, depois da caminhada ao longo do rio Cassai em busca
da sua nascente, as primeiras comunidades começaram a se instalar no atual
território da Província do Moxico. Era a caravana encabeçada por Mwamushiko,
que foi se espalhando até atingir o Kamanongue e Luena. Outros foram até
Menongue, província do Kwando-Kubango.
O
grosso da caravana seguiu o curso do rio Cassai em busca da sua nascente, para
o atravessarem em direção ao atual território Tchokwé,Durante a viagem, a Tembo
Kalunga segunda filha da Nakapamba teve um filho que se chamou Kaiombo Ndumba-ya-Tembo.
A caravana chefiada por Kayombo Mwandumba wa tembo, dirigiram-se as áreas de
katacangonhya com o objetivo de encontrarem o Tchinguri, atravessaram o rio
Kwango onde foi encontrado, puseram-no ao corrente das intenções da Rainha.
Tchinguri por sua vez negou a ideia de regressar a Mussumba porque já tinha encontrado
terras livres para além do rio Kwango, em resposta disse, “ dois leões não
podem beber água na mesma lagoa”. A resposta negativa de Txinguri, fez com que
a caravana chefiada por Mwandumba não regressasse a Mussumba, regressaram
novamente atravessaram o rio Kwango a procura também de novas terras,
caminharam e fixaram-se na cabeceira do rio Kwanza nas áreas de Luma-Kassay,
destacando-se definitivamente a oeste das nascentes dos rios Kwango e Kassay em
meados de 1800 a 1874. Na ocupação total desta parcela do território Tchokwé
foram encontrados grupinhos que desertavam da caminhada do Txinguri, estes
grupinhos eram chamados “Phendes”eram escorraçados pelos Tchokwés obrigando-os
a seguirem o seu patriarca Txinguri e outros foram obrigados a atravessarem o
rio Kassay pelo norte e foram destacar-se no Congo belga na província
fronteiriça de txicapa atual R.D.C. A pós terem fixado nas áreas acima
referidas, a família real decidiu tirar o poder ao Mwandumba wa tembo para ser
atribuído ao Kaiombo Ndumba-ya-Tembo.
QUEM FOI DUMBA WATEMBO
Régulo do Tchiboco, Rei da Lunda Tchokwé entre 1860 – 1880, primo da Rainha Nyakatolo, tio materno do Tchissengue ou Mwatchissengue, personalidade aristocrática da corte do Muatiânvua dos mesmos anos.
Muene N’Dumba-Tembo ou Dumba Watembo, é homem elegante, da figura distinta, tipo inteligente, ar nobre e maneira delicada. Trajava um pano de riscado preso á cinta por uma correia, tendo suspensa adiante pequena pele de antílope. Casaco de fazenda escura, coberto de quadradinhos bordados a cassungo completava a sua modesta mas esquesita «toilette».
Uma coroa de latão, como a dos monarcas da Europa, singular cópia de que nunca podemos conhecer a proveniência, cingia-lhe a frente, tendo na parte inferior uma fila bordada a missanga de cores. Pendia-lhe no pescoço exótico colar, onde figurava dois búzios (Cyprea Moneta) e um pequeno chifre de antílope.
Os seus dedos guarnecidos de anéis de latão, terminavam por longas unhas do mesmo metal, dificultando os movimentos, e não lhe permitindo segurar o bordão que muitas vezes lhe caía por terra. Em extremo industrioso, segundo nos afiançaram, anéis, unhas e coroa, tudo era obra sua nos momentos roubados à governação do Estado.
ENCONTRO COM EXPLORADORES CAPELO E IVENS, CAMERON E LEVINGSTONE
Assim descreveram os exploradores portugueses Capelo e Ivens a figura de Dumba Watembo, quando no dia 11 de Julho do ano já distante de 1878 ou 1874, entravam em contacto com ele, no CUCHIQUE, sanzala-capital dos Tchokwés daquela época (...) a sanzala-capital Kuchique situava-se um pouco a oeste das nascentes do rio Cuango e do rio Cassai. O rio Kuchique, que difere frequentemente de nome, de mapa para mapa, é afluente norte do rio Luando, subafluente do rio Cuanza (...).
Na primeira das paginas citadas dãos-nos os autores um muito curioso retrato do antigo Rei do Tchiboco, instruindo com ele a propósito, as páginas em que o descrevem. É sem dúvida um documento interessante e o único identificado que conhecemos, não apenas do referido Rei nativo dos Tchokwes como dos seus antecessores e sucessores.
Isolados nas extensas e formosas florestas hiemisilva dos seus territórios do TCHIBOCO, país do mel e do embriagante hidromel, os Dumba Watembo, e os seus irrequietos tchokwes, encheram aquelas espessuras duma reputação temerosa que afastou, prudentemente, os viajantes, até porque as suas comitivas indiginas se negavam penetrar naqueles amedrontadores dominios dos «demonios silviculas do Tchiboco», segundo a expressão de CAMERON que se desviou daqueles caminhos na sua travessia Zanzibar-Benguela, em 1875.
Já anteriormente, em 1854, o mesmo fizera LEVINGSTONE. Para mais, tivera ele a má ideia de retribuir um soba Tchokwe daquelas proximidades com um boi vivo ao qual faltava o rabo. Valeu-lhe, e dificilmente, a forte escolta dos seus Makokolos que aliás, o tornaram afoito para entregar boi incompleto, em tão exigentes paragens.
O Tchiboco foi, na verdade, e durante longo tempo, um país ensombrado de florestas e de atemorizantes lendas, e por isso sistemáticamente evitado pelos exploradores europeus, como bem o confirmam as primeiras palavras do Rei Dumba Watembo aos exploradores:«NUNCA POR AQUI SE VÊM OS HOMENS BRANCOS»...
Isto explica a raridade de notícias e de documentos iconograficos dos antigos régulos daquela região ou estado e o interesse histórico da gravura citada.
Não há dúvida nenhuma que Dumba Watembo provinha das estirpes aristocráticas dos Muatiânvuas, criadores e governantes do Império LUNDA, constituido nos finais do Século XV ou XVI, na Katanga Ocidental.
Á margem de dessidentes familiares e politicas, que inimizaram e dividiram LUNDAS e TCHOKWES, os altos chefes Tchokwes eram de etnia Lunda e das familias aparentadas aos Muatiânvuas. O próprio Dumba Watembo, historiando a sua genealogia, descreveu a Capelo e Ivens a existência, na Lunda de além-Cassai ou seja na Mussumba, duma mulher denominada Lukokessa mãe de três chefes Tembos, um deles ele próprio (Dumba).
Podemos esclarecer que a Lukokessa (algumas vezes sob a forma gráfica de Lucoqueça) era um alto dignatário feminino da corte dos LUNDAS.
Dumba era filho da Tembo, fiha de Nakapamba, irmã de konde Matete ambos filhos de Yala ya Muaka ou (Iala Maku deturpação), avó da Lueji, ou bisavó de Muatiânvua Ianvo que foi o primeiro Muatiânvua eleito.
Provavelmente, a data do colapso e da separação das dinastias com o tabú da Lueji, fixa-se entre os anos de 1595 – 1650, a contar da presença do Tchinguri em Luanda.
Trata-se, neste caso, do antepassado de Dumba Watembo que conduziu a invasão dos Tchokwés da Mussumba, através do rio Luau, e seguidamente ao longo do Cassai superior, em épocas que fixamos no primeiro quartel do século XV ou XVII, seja uns dois e meio século antes da vista dos exploradores Europeus, ao Dumba Watembo, no Tchiboco.
Se atribuíssemos 20 anos a cada Reinado, o Dumba Watembo em questão seria o 12º ou 13º Rei do Tchiboco.
Dumba significa Leão, Tembo sua mãe, significa que Leão da Tembo. Trata-se de uma hierarquia nobre, apoiada no prestígio de nome ou de família e um titulo da governação no reino, tal igual o nome do Mwatchissengue.
Encontram-se os nomes Tembo junto ao Lucala e a Massangano. Na língua de Matamba, o local onde se guardava os idolos era designado Tembo. Há notícias dum nome Tembo-Ndumba, da mulher do Jaga Zimbo, e na Jinga venerava-se a memória de Tem-Bam-Dumba. Aliás, vários etnógráfos e historiadores têm encontrado correlações entre os Tchokwes e os Jagas.
Desse facto, e das ramificações do nome Tembo em Angola, o próprio Dumba Watembo deu elementos, nas conversas com os exploradores europeus, ao referir como parentes Muzumbo Tembo dos Songos ou Massongos, e Cassange Tembo, que se institui Jaga do Quembo-Songo e Holo.
O Dumba Watembo, da época de Capelo e Ivens, ainda se empenhou no alargamento de dominio, e blasonava do seu poderio, em arengas como esta: - Os meus dominios são tão grandes que estendem daqui a catende para lá do norte; neles só eu mando, amim tudo obedece.
Mantinha, também hábitos de grande corte Africana, com a sua guarda pessoal do comando dum seu sobrinho, Mwaku a Kesse filho da sua irmã mwamuhanda «armado até aos dentes», um corpo de tamborileiros e xilofonistas para festas e recepção, e um estado-maior de notáveis de conselho e de guerra.
Esta atividade bélica e praxe da corte, estão de acordo com as ambições dos primeiros Dumba Watembo, que imaginaram a criação no Tchiboco dum Estado poderoso e organizado, nos moldes do estado dos LUNDAS da Katanga (do qual, aliás, foram dissidentes, para se eximirem ao seu poder nascente, aliado ao dos Balubas do II Império, nos finais do século XVI).
Aquela tentativa do Tchiboco, porém, foi uma concepção de classes aristocráticas, a que a massa tchokwe, irrequieta e nómada, de perfeito acordo com a sua ancestralidade de caçadores savánicos, se não prestou.
Á volta dos anos 1857 a 1878 ou 1879 já os tchokwes imigravam através dos Lutchazes, atacavam os povos matabas no nortes da lunda e alcançavam com os seus primeiros bandos os territórios dos Batchilangues, por altura do quinto grau de latitude sul. O estado de Tchiboco entrava em rarefação.
Ao Dumba Watembo da época do Capelo e Ivens, outros se seguiram até a passagem do trono ao seu sobrinho, Tchissengue ou Mwatchissengue, decerto mais decadentes, até que uma terrivel época de fome assolou o Tchiboco, haverá pouco mais de meio século, levando as populações a um êxodo que baixou extraordináriamente os efectivos demográficos do Estado de Tchiboco. Uma epidemia de varíola elevou a alto grau o indice de mortalidade. Esta catástrofe, que ficou conhecido por “Muaka ua kapunga ou Muaka ua Nzala (Época da fome), terá sido a grande responsável pelo desaparecimento do Estado do Tchiboco.
Régulo do Tchiboco, Rei da Lunda Tchokwé entre 1860 – 1880, primo da Rainha Nyakatolo, tio materno do Tchissengue ou Mwatchissengue, personalidade aristocrática da corte do Muatiânvua dos mesmos anos.
Muene N’Dumba-Tembo ou Dumba Watembo, é homem elegante, da figura distinta, tipo inteligente, ar nobre e maneira delicada. Trajava um pano de riscado preso á cinta por uma correia, tendo suspensa adiante pequena pele de antílope. Casaco de fazenda escura, coberto de quadradinhos bordados a cassungo completava a sua modesta mas esquesita «toilette».
Uma coroa de latão, como a dos monarcas da Europa, singular cópia de que nunca podemos conhecer a proveniência, cingia-lhe a frente, tendo na parte inferior uma fila bordada a missanga de cores. Pendia-lhe no pescoço exótico colar, onde figurava dois búzios (Cyprea Moneta) e um pequeno chifre de antílope.
Os seus dedos guarnecidos de anéis de latão, terminavam por longas unhas do mesmo metal, dificultando os movimentos, e não lhe permitindo segurar o bordão que muitas vezes lhe caía por terra. Em extremo industrioso, segundo nos afiançaram, anéis, unhas e coroa, tudo era obra sua nos momentos roubados à governação do Estado.
ENCONTRO COM EXPLORADORES CAPELO E IVENS, CAMERON E LEVINGSTONE
Assim descreveram os exploradores portugueses Capelo e Ivens a figura de Dumba Watembo, quando no dia 11 de Julho do ano já distante de 1878 ou 1874, entravam em contacto com ele, no CUCHIQUE, sanzala-capital dos Tchokwés daquela época (...) a sanzala-capital Kuchique situava-se um pouco a oeste das nascentes do rio Cuango e do rio Cassai. O rio Kuchique, que difere frequentemente de nome, de mapa para mapa, é afluente norte do rio Luando, subafluente do rio Cuanza (...).
Na primeira das paginas citadas dãos-nos os autores um muito curioso retrato do antigo Rei do Tchiboco, instruindo com ele a propósito, as páginas em que o descrevem. É sem dúvida um documento interessante e o único identificado que conhecemos, não apenas do referido Rei nativo dos Tchokwes como dos seus antecessores e sucessores.
Isolados nas extensas e formosas florestas hiemisilva dos seus territórios do TCHIBOCO, país do mel e do embriagante hidromel, os Dumba Watembo, e os seus irrequietos tchokwes, encheram aquelas espessuras duma reputação temerosa que afastou, prudentemente, os viajantes, até porque as suas comitivas indiginas se negavam penetrar naqueles amedrontadores dominios dos «demonios silviculas do Tchiboco», segundo a expressão de CAMERON que se desviou daqueles caminhos na sua travessia Zanzibar-Benguela, em 1875.
Já anteriormente, em 1854, o mesmo fizera LEVINGSTONE. Para mais, tivera ele a má ideia de retribuir um soba Tchokwe daquelas proximidades com um boi vivo ao qual faltava o rabo. Valeu-lhe, e dificilmente, a forte escolta dos seus Makokolos que aliás, o tornaram afoito para entregar boi incompleto, em tão exigentes paragens.
O Tchiboco foi, na verdade, e durante longo tempo, um país ensombrado de florestas e de atemorizantes lendas, e por isso sistemáticamente evitado pelos exploradores europeus, como bem o confirmam as primeiras palavras do Rei Dumba Watembo aos exploradores:«NUNCA POR AQUI SE VÊM OS HOMENS BRANCOS»...
Isto explica a raridade de notícias e de documentos iconograficos dos antigos régulos daquela região ou estado e o interesse histórico da gravura citada.
Não há dúvida nenhuma que Dumba Watembo provinha das estirpes aristocráticas dos Muatiânvuas, criadores e governantes do Império LUNDA, constituido nos finais do Século XV ou XVI, na Katanga Ocidental.
Á margem de dessidentes familiares e politicas, que inimizaram e dividiram LUNDAS e TCHOKWES, os altos chefes Tchokwes eram de etnia Lunda e das familias aparentadas aos Muatiânvuas. O próprio Dumba Watembo, historiando a sua genealogia, descreveu a Capelo e Ivens a existência, na Lunda de além-Cassai ou seja na Mussumba, duma mulher denominada Lukokessa mãe de três chefes Tembos, um deles ele próprio (Dumba).
Podemos esclarecer que a Lukokessa (algumas vezes sob a forma gráfica de Lucoqueça) era um alto dignatário feminino da corte dos LUNDAS.
Dumba era filho da Tembo, fiha de Nakapamba, irmã de konde Matete ambos filhos de Yala ya Muaka ou (Iala Maku deturpação), avó da Lueji, ou bisavó de Muatiânvua Ianvo que foi o primeiro Muatiânvua eleito.
Provavelmente, a data do colapso e da separação das dinastias com o tabú da Lueji, fixa-se entre os anos de 1595 – 1650, a contar da presença do Tchinguri em Luanda.
Trata-se, neste caso, do antepassado de Dumba Watembo que conduziu a invasão dos Tchokwés da Mussumba, através do rio Luau, e seguidamente ao longo do Cassai superior, em épocas que fixamos no primeiro quartel do século XV ou XVII, seja uns dois e meio século antes da vista dos exploradores Europeus, ao Dumba Watembo, no Tchiboco.
Se atribuíssemos 20 anos a cada Reinado, o Dumba Watembo em questão seria o 12º ou 13º Rei do Tchiboco.
Dumba significa Leão, Tembo sua mãe, significa que Leão da Tembo. Trata-se de uma hierarquia nobre, apoiada no prestígio de nome ou de família e um titulo da governação no reino, tal igual o nome do Mwatchissengue.
Encontram-se os nomes Tembo junto ao Lucala e a Massangano. Na língua de Matamba, o local onde se guardava os idolos era designado Tembo. Há notícias dum nome Tembo-Ndumba, da mulher do Jaga Zimbo, e na Jinga venerava-se a memória de Tem-Bam-Dumba. Aliás, vários etnógráfos e historiadores têm encontrado correlações entre os Tchokwes e os Jagas.
Desse facto, e das ramificações do nome Tembo em Angola, o próprio Dumba Watembo deu elementos, nas conversas com os exploradores europeus, ao referir como parentes Muzumbo Tembo dos Songos ou Massongos, e Cassange Tembo, que se institui Jaga do Quembo-Songo e Holo.
O Dumba Watembo, da época de Capelo e Ivens, ainda se empenhou no alargamento de dominio, e blasonava do seu poderio, em arengas como esta: - Os meus dominios são tão grandes que estendem daqui a catende para lá do norte; neles só eu mando, amim tudo obedece.
Mantinha, também hábitos de grande corte Africana, com a sua guarda pessoal do comando dum seu sobrinho, Mwaku a Kesse filho da sua irmã mwamuhanda «armado até aos dentes», um corpo de tamborileiros e xilofonistas para festas e recepção, e um estado-maior de notáveis de conselho e de guerra.
Esta atividade bélica e praxe da corte, estão de acordo com as ambições dos primeiros Dumba Watembo, que imaginaram a criação no Tchiboco dum Estado poderoso e organizado, nos moldes do estado dos LUNDAS da Katanga (do qual, aliás, foram dissidentes, para se eximirem ao seu poder nascente, aliado ao dos Balubas do II Império, nos finais do século XVI).
Aquela tentativa do Tchiboco, porém, foi uma concepção de classes aristocráticas, a que a massa tchokwe, irrequieta e nómada, de perfeito acordo com a sua ancestralidade de caçadores savánicos, se não prestou.
Á volta dos anos 1857 a 1878 ou 1879 já os tchokwes imigravam através dos Lutchazes, atacavam os povos matabas no nortes da lunda e alcançavam com os seus primeiros bandos os territórios dos Batchilangues, por altura do quinto grau de latitude sul. O estado de Tchiboco entrava em rarefação.
Ao Dumba Watembo da época do Capelo e Ivens, outros se seguiram até a passagem do trono ao seu sobrinho, Tchissengue ou Mwatchissengue, decerto mais decadentes, até que uma terrivel época de fome assolou o Tchiboco, haverá pouco mais de meio século, levando as populações a um êxodo que baixou extraordináriamente os efectivos demográficos do Estado de Tchiboco. Uma epidemia de varíola elevou a alto grau o indice de mortalidade. Esta catástrofe, que ficou conhecido por “Muaka ua kapunga ou Muaka ua Nzala (Época da fome), terá sido a grande responsável pelo desaparecimento do Estado do Tchiboco.
DINASTIA
NO IMPERIO TCHOKWÉ
- A primeira dinastia do império
Tchokwé foi dos Mwambuba, o império era ainda num estado embrionário no seu
desenvolvimento socioeconómico e politico, a caça a colheita de frutos
silvestres, o homem Tchokwé se vestia ainda de mwandji que é produto de
escorchamento duma árvore chamada tchitepa, e a introdução de mukanda
(circuncisão).
- A segunda dinastia foi dos
Mwandvumba-wa-Tembo, não houve nada de especial para assinalar, porque já no
txinboco o trono foi resgatado por Ndvumba-ya-Tembo devido a falta de
maturidade, dinamismo por parte dos mwandvumba.
- A Terceira dinastia foi e
continua a ser dos Mwatchissengue-wa-tembo geração de Mwayhemba-ya-Ngonga neta
de Tembo-Kalunga filha de Nakapamba, esta ultima é que foi caracterizada pela
sua grande maturidade e dinamismo na sua organização em geral, é neste Reino
que o império foi sedentário, porque teve fronteiras, do Kassay ao rio Kwango e
do Luma aos Katchilangue do norte e quase todas as terras foram ocupadas pelo
seu povo, a partir do Luma as ClâsTchokwés começaram a ocupar a parcela do
território de Angola cujo as fronteiras que acima nos referimos eram os limites
com outras Tribos, ao leste com os Kalundas ao oeste com a região de Kassanje,
estado dos Bangalas, Kimbundos e Phendes originários de Txinguri-Txa-Ngonde ao
norte com a Província do Chikapa na R.D.C. onde habitam as tribos dos mulubas e
phendes que não queriam seguir o Txinguri nas terras de Luanda. Ao sul com
Luvales tribo da Rainha Nyacatolo descendentes de Txinhama-Txa-Ngonde irmão de
Lueji ambos filhos de Konde-Matete irmão de Nakapamba.
PONTOS
FULCRAIS DO REINADO TCHOKWÉ
Cinco
pontos fulcrais serviram de assentamento do Reino TchokwéTtchiboco, junto do rio Kuchique na serra de Muzemba nas área de
Luma-Kassai onde reinou Kaiombo Mwadvumba,Mwatchissengue Ndumba-ya-Tembo e seu
sobrinho Mwaco-a-Kesse filho da sua irmã Mwamuhanda ambos filhos da
Tembo-Kalunga, depois no Txitumba nas
áreas de Khungu-nhi-Kaza na atual Regedoria do Ngambo onde Reinou
Mwatchissengue Mwakuxinuca e Mwatchissengue Malia netos de Mwayhemba-ya-ngonga
irmã de Mwaku-a-Kesse ambos filhos de Mwamuhanda. Depois no Itengo, onde reinou Mwatchissengue
Txiaze Lutongo,Sakaloya,Sandambi e Sacavula todos da geração de
Mwayhemba-ya-Ngonga, depois no Txandumba
no outro lado do rio Luó onde reinou Mwatchissengue José Satambi, após a
ocupação da administração colonial, decidiram retirar o Rei Tchokwé naquela
área para o Sueje a 20 km de
Saurimo, na altura chamava-se Henrique Carvalho onde reina o atual Rei Tchokwé Mwatchissengue
Alberto Ndumba. Esta decisão foi tomada, para encurtar a distância e facilitar
o contacto permanente com o chefe da tribo Tchokwé quando o reconheceram no
Itengo em julho de 1895 junto da Administração do Estado Português naquela
altura.
DIVISÃO
ADMINISTRATIVA DO IMPERIO TCHOKWÉ
Na primeira dinastia o império
Tchokwé foi dividido em Treze (13) regiões, menos um estado autónomo dos Luenas
ou Luvales devido a sua maior população e por ser também da geração de
Txinhama- txa-Konde irmão da Lueji-a-Konde.
1-
Região
de Kacolo ao rio Kwango.
Responsaveis-
Mwanatximbundu e seu sobrinho Mwatximbia Mua-Kaminungu.
2-
Região
do rio Kwango-Lui até alto Kwanza.
Responsaveis-
Mwacanhica e Mwamungowa
3-
Região
do Alto Kwanza até Manongue (Kamanongue).
Responsaveis-
Mwamuchiko.
4-
Região
do rio KassaiLuma-rio a nascente rio Chikapa.
Responsavel-
Mwakawéwé.
5-
A
Reglão do rio Kassay rio Itengo rio Chicapa.
Responsavel
Mwatchissengue-Wa-Tembo.
6-
A
Região do rio Chicapa rio Kwilu.
Responsavel
Mwakassau
7-
A
Região do rio Kassay-Lucapa-Kalonda-Kamissombo
Responsavel
Mwabumba Mwakayengue.
8-
A
Região do rio Chicapa-Kapaya-rio Kwilu.
Responsavel
Mwakapelengue.
9-
A
Região do rio Kwango-Cafunvu-rio-Mussuku.
Responsavel
MwanaKafunvu-Ndondji-Tchakala
10- A Região do rio Kwilu rio Kahemba.
Responsavel
Mwakandala
11- A Região do rio
KassayLwebo-Chikapa-rio Louva.
ResponsavelMwambumba-Mwamukandjanga.
12- Região Baixo Louva-rio
Luchiku-rio Kwilu.
Responsavel
Mwamuchiko e seu sobrinho Mwakhelendede.
13- Região do Alto Sul e Norte do rio
Lyambeji (Zambeze)
Área
Autónoma
Responsavel
Rainha Tchinhama- (Nyakatolo).
O
DIREITO DE SUCESSÃO NO TRONO DE MWATCHISSENGUE-WA-TEMBO
Tembo-Kalunga, filha da Nakapamba teve dois
(2) filhos- Kayombo-Ndvumba-ya-Tembo e Mwamuhanda.
Mwamuhanda irmã de Kayombo Ndvumba-ya-Tembo
teve também dois (2) filhos- Mwaku-a-Kesse e Mwayhemba-ya-Ngonga.
Mwaku-a-Kesse
e Mwayhemba-ya-Ngonga são neto de Tembo-Kalunga.
Na morte do
Mwatchissengue-Ndvumba-ya-Tembo, o poder passou para o seu sobrinho Mwaku-a-Kesse
e passou a chamar-se, Mwatchissengue-Mwaku-a-Kesse.
Mwayhemba-ya-Ngonga
teve nove (9) filhos.
Que são:
1º-Mwakawéwé Muthunda
2º-Muhanda
3º-Zwa
4º-Ulombo
5º-Mayembe
6º-Tchamba
7º-Mafunvu
8º-Txissua
9º-Mwakawéwé
Ndvumba
Mwatchissengue-Mwaku-a-Kesse, antes
da sua morte, junto a família Real decidiram que futuramente o Trono de
Mwatchissengue-wa-Tembo só será outorgado aos descendentes do ventre de Mwayhemba-ya-Ngonga neta de Tembo-Kalunga.
Depois da sua morte o Lukhano
(pulseira) símbolo do poder, foi deixado ao cuidado do seu sobrinho mas velho Mwakawéwé Muthunda filho da sua irmã Mwayhemba-ya-Ngonga para
responsabilizar-se da sucessão do trono. Sete (7) eram meninas as únicas que
poderiam dar herdeiros ao Trono, cada uma delas tinha o Reinado para si através
dos seus filhos ou descendentes direitos, iniciando ao ciclo pela filha mas
velha. Assim acontece, como abaixo podemos descriminar:
SUCESÃO
DO TRONO NAS FILHAS DE MWAYHEMBA-YA-NGONGA
Mwakawéwé
Mutunda filho de
Mwayhemba-ya-Ngonga, cumprindo com
os rituais tradicionais e a orientação deixada pelos ancestrais, com a morte de
seu tio Mwatchissengue-Mwaku-a-Kesse o lukano (pulseira) foi outorgado a seu
sobrinho mas velho, Mwakuxinuca filho da sua irmã Muhanda, assim passou a
chamar-se Mwatchissengue-Mwakuxinuka. Depois da morte deste o símbolo do poder
permaneceu na mesma ventre da Muhanda assumindo o poder seu irmão Malia, e
passou a chamar-se Mwatchissengue-Malia isto é em meados do século XIX, nas
áreas do Ngambo onde fixaram o estado (Limbo) no Txitumba- Khungu-nhy-Kazá.
Com a morte acidental de Mwatchissengue Malia
o Mwakawéwé Muthunda reuniu a família Real para transferir o trono para a
ventre da irmã a seguir da Muhanda neste caso a Zwa. Mwakawéwé Muthunda mandou
chamar o seu sobrinho Txiaze Lutongo para assumir o trono por ser o filho mas
velho da sua irmã Zwa porque na altura já vivia no Itengo onde explorava borracha,
já no trono passou a chamar-se Mwatchissengue-wa-Tembo Tchiaze Lutongo. Regressou
e fundou o seu estado no Itengo, onde viveu com o seu irmão Kajilamutoma filho
da sua tia Ulombo, devido algumas divergência causadas pelos sobrinho do
Tchiaze Lutongo, Kajilamutoma retirou-se do Itengo regressando atravessou os
rios Luachimo, Tchihumbwe, Luembe, luia e foi viver na beira do rio Kassay nas
área de Chiluange, depois atravessou o rio Kassay e fixou o seu estado no distrito
de Sandowa na atual R.D.C. e passou a chamar-se Mwatchissengue-Samutoma, ventre
da Ulombo.
Na morte do Mwatchissengue-Tchiaze-Lutongo o
trono permaneceu no ventre da Zwa onde assumiram os seus sobrinhos, Sakaloya, Mwatchikungu
Sandambi e Sakavula, ambos descendentes de Mwayhemba-ya-Ngona. Na morte do
Mwakawéwé Ndvumba filho da Mwayhemba-ya-ngonga, a família real retirou-se do
Khungu-nhi-Kazá atravessaram o rio Txihumbwé e Lwembe foram destacar-se no rio
Lweia onde desagua o rio Kaluri isto é entre o rio Lwembe e o rio Luia. A
Aldeia (Limbo) foi conhecida como (Kunganda maha Mwanangana Mwakawéwé)
-Kutchokwé. Foi neste local onde assumiu o poder Mwakawéwé Lukhassa como chefe
da família de Mwayhemba-ya-Ngonga a fim de se responsabilizar do Trono de
Mwatchissengue-Wa-Tembo na sucessão. Mwakawewe Lukassa foi preso pelos
Portugueses e levado, ele mas três sobrinhos. Mayembe a quinta (5) filha de
Mwayhemba-ya-Ngonga teve uma filha que se chamou Tchaka, esta por sua vez teve
dois (2) filhos que se chamaram Mukungassanda e Tchunga-Namuhanda, esta ultima
teve doze (12) filhos que são: Mwakawéwé Lukhassa, Nakapamba, Muxiteno Nasonhi
Samukambo, Candji Ulombo, Tembo Naphezo, Mwakanhika, Khukwa, Ghombo, Sathambi,
Muhanda e Alberto Ndvumba. A este ventre da Mayembe, foi dado o poder de
assumir o Lukhano (pulseira) de Mwakawéwé pelo seu pai Mwakawéwé Ndvumba o último
filho da Mwayhemba-ya-Ngonga neta da Tembo-Kalunga. A esta geração da
Tembo-Kalunga 2ª filha da Nakapamba, vem o direito indiscutível de outorgarem o
trono de Mwatchissengue-Wa-Tembo Rei da tribo Tchokwé que ocupa a região leste
do território Angolano, a sede do Trono enconta-se na Cidade de Saurimo capital
da Província da Lunda-Sul.
REIS TCHOKWÉS
DESDE O SECÚLO XVI
REI-
NDUMBA-YA-TEMBO- FILHO DA TEMBO-KALUNGA
REI-
MWATCHISSENGUE MWAKO- AKESSE- FILHO DE MWAMUHANDA
REI-
MWATCHISSENGUE MWAKUXINUCA – NETO DE MWAYHEMBA-YA-NGONGA
REI-
MWATCHISSENGUE MALIA- NETO DE MWAYHEMBA-YA-NGONGA
REI-
MWATCHISSENGUE TXIANZE LUTONGO NETO DE MWAYHEMBA- YA- NGONGA
REI-
MWATCHISSENGUE SACALOYA DA GERAÇÃO DE MWAYHEMBA-YA-NGONGA
REI-
MWATCHISSENGUE MWATCHIKUNGU SANDAMBI DA GERAÇÃO DE MWAYHEMBA
REI-
MWATCHISSENGUE SAKAVULA DA GERAÇÃO DE MWAYHEMBA-YA-NGONGA
REI-
MWATCHISSENGUE JOSÉ SATAMBI DA GERAÇÃO DE MWAYHEMBA-YA-NGONGA
REI-
MWATCHISSENGUE NDUMBA ALBERTO DA GERAÇÃO DE MWAYHEMBA-YA-NGONGA
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Surgimento do
Reino Tchokwé e o trono
de Mwatchissengue-Wa-Tembo
Em meados do século XVI, na grande
migração do povo bantu, retirando-se do Lundju-nhi-Senga uma área situada entre
os lagos Moero e Tanganhica na região dos grandes-lagos, a caravana era chefiada
por um homem chamado Txinhaweji Nbala-Ngoio, este foi o pai de Mwaku-a-Kesse e
Naweji-weji.
Esta foi a família Real, e era
numerosa, o Mwaku-a-Kesse foi o pai do Mwanzanza Mwaricamonga e Yala-Muaku.
-O Yala-Mwaku foi o pai de Konde
Matete, Nakapamba e NdondjiTchakala.
-Primeiro filho de Yala-Muaku
chamou-se Konde-Matete.
-Konde-Matete foi o pai de
Tchinguri-txa-Konde, Txinhama-txa-Konde, Lueji-a-Konde e Kalumbo.
-A Segunda filha de Yala-Mwaku
chamou-se Nakapamba.
-Nakapamba foi a mãe de Txumba-Kalunga,
Tembo-Kalunga e Txitxu-txa-Kalunga.
-O terceiro filho de Yala-Mwaku
chamou-se Ndondji-Txakala. Descendência do clã Mwana-Kafunvu.
INÍCIO
DO GRANDE MOVIMENTO DO ÊXODO TCHOKWÉ
Já nas áreas de Khalanhi, na atual
R.D.C. no ano 1650 morre Konde Matete filho de Yala-Mwaku e a pulseira
(Lukhano) símbolo do poder fica com a sua filha Lweji-a-Konde, muito nova
torna-se Rainha, porque o pai antes da sua morte tinha confiança nela em
relação aos seus filhos Txinguri e Txinhama.
Um jovem caçador baluba, chamado
TxipindaYlunga apareceu nas áreas de Khalanhi, região onde se situava a
Mussumba quando o império dos seus avós ruía, isto é, nas mediações do
acampamento onde a Lweji-a-Konde era a Rainha,
Alguns populares preparavam
constamente maluvo bebida tradicional extraída de plantas semelhantes as
palmeiras, que se chama (khele) para oferecerem a Rainha, e sempre que o
caçador chegava no local da extração consumia a bebida nos reservatórios
(Izanda) e deixava grandes nacos de carne. Quando foi descoberto e capturado
foi levado junto a Rainha. Após o esclarecimento do ocorrido a Rainha por sua
vez achou o escravo de elegante, decidio que permanecesse no palácio (Txiphanga),
como família e não como escravo.
Pela tradição a mulher no período menstrual
não pode usar a pulseira (lukhano) que simboliza o poder tradicional. Nessa
altura, o homem feito escravo no palácio (txiphanga) se tornara esposo da
Rainha, e no período do círculo mensal o Lukhano (pulseira) era entregue a
txipinda ilunga e a Rainha ordenava que todos sem exceção o respeitassem como
Rei. Esta notícia foi mal acolhida principalmente pela família Real, como
também tinham negado a proposta de casamento, com o forasteiro txipindailunga.
Tchinguri-txa-Konde irmão da Rainha Lweji-a-Konde ambos filhos de Konde-Matete,
reuniu algumas famílias que não aprovaram a decisão da Rainha e retirou-se da
Mussumba rumo ao sudoeste atravessou o rio Kassay,rio Kwango rio Lui foi
acampar-se nas portas de Luanda. Tchinguri veiu a fixar-se definitivamente no
alto Lui, e o seu povo espalhou-se pela região de Kassanje, onde veio a fundar
um novo Estado “Os Bangalas”.
Retiraram-se
da Mussumba, primeiro Txinguri-Txa-Konde irmão mas velho da Lueji. Depois a
Nakapamba acompanhado por numerosos grupos incluindo outros partidários de
Txinhama-Txa-Konde e de Kayombo Mundjumba amigos de Txinguri-Txa-Konde.Entretanto,
a partida de Txinguri de Khalanhy, criou divergências entre os Kalundas e
outras tribos. Lweji por sua vez reuniu os carúla (parentes) da linhagem ascendente
para ouvir suas opiniões. Nesse encontro, a sua Tia Nakapamba sugeriu a suana
mulunda (herdeira do estado) naquela altura que mandasse voltar Txinguri, e prontificou-se
a ir busca-lo, Lweji e seu marido concordaram com a ideia.Lweji-a-Konde
apercebendo-se da situação, convocou o povo e disse-lhes “ayekuatchinguri” o
que significa, os de tchinguri acompanhem-no, do termo “aye-kua” empregue por
Lweji pretende-se explicar á etimologia (Tchokwé, Katchokwé,Tutchokwé)
designação aplicada aqueles que partiram da Mussumba nas peugadas de
Tchinguri-Txa-Konde.A retirada dos tchowés na Mssumba foi muni ciosamente
preparada, Foram ponderadas questões logísticas, travessia dos rios, grupos de
avanço, etc., uma operação que levou anos para ser concretizada.
O
grupo de avanço foi chefiado por Fota e tinha a missão de escolher as
melhores vias por onde as caravanas podiam passar. Qualquer obstáculo maior era
contornado e os pequenos eram superados com medidas paliativas. No caso dos
rios como Cassai e Liambeji (actual Zambeze) eram contornados pelas nascentes,
ao passo que os outros eram transpostos através de pontes precárias de pau
construídas pelo grupo chefiado por Nguji. Ao Chitelembe foi
confiada a logística, ou seja, comandar as operações de caça, pesca e recoleção
de frutos silvestres para alimentar a população em marcha.
Ao
longo do percurso, que levou muitos anos, foram criados vários acampamentos de
passagem onde permaneciam longos dias ou meses, para se renovar as energias e
depois retomar-se a marcha.
Atingida
a outra margem do rio Luau, depois da caminhada ao longo do rio Cassai em busca
da sua nascente, as primeiras comunidades começaram a se instalar no atual
território da Província do Moxico. Era a caravana encabeçada por Mwamushiko,
que foi se espalhando até atingir o Kamanongue e Luena. Outros foram até
Menongue, província do Kwando-Kubango.
O
grosso da caravana seguiu o curso do rio Cassai em busca da sua nascente, para
o atravessarem em direção ao atual território Tchokwé,Durante a viagem, a Tembo
Kalunga segunda filha da Nakapamba teve um filho que se chamou Kaiombo Ndumba-ya-Tembo.
A caravana chefiada por Kayombo Mwandumba wa tembo, dirigiram-se as áreas de
katacangonhya com o objetivo de encontrarem o Tchinguri, atravessaram o rio
Kwango onde foi encontrado, puseram-no ao corrente das intenções da Rainha.
Tchinguri por sua vez negou a ideia de regressar a Mussumba porque já tinha encontrado
terras livres para além do rio Kwango, em resposta disse, “ dois leões não
podem beber água na mesma lagoa”. A resposta negativa de Txinguri, fez com que
a caravana chefiada por Mwandumba não regressasse a Mussumba, regressaram
novamente atravessaram o rio Kwango a procura também de novas terras,
caminharam e fixaram-se na cabeceira do rio Kwanza nas áreas de Luma-Kassay,
destacando-se definitivamente a oeste das nascentes dos rios Kwango e Kassay em
meados de 1800 a 1874. Na ocupação total desta parcela do território Tchokwé
foram encontrados grupinhos que desertavam da caminhada do Txinguri, estes
grupinhos eram chamados “Phendes”eram escorraçados pelos Tchokwés obrigando-os
a seguirem o seu patriarca Txinguri e outros foram obrigados a atravessarem o
rio Kassay pelo norte e foram destacar-se no Congo belga na província
fronteiriça de txicapa atual R.D.C. A pós terem fixado nas áreas acima
referidas, a família real decidiu tirar o poder ao Mwandumba wa tembo para ser
atribuído ao Kaiombo Ndumba-ya-Tembo.
QUEM FOI DUMBA WATEMBO
Régulo do Tchiboco, Rei da Lunda Tchokwé entre 1860 – 1880, primo da Rainha Nyakatolo, tio materno do Tchissengue ou Mwatchissengue, personalidade aristocrática da corte do Muatiânvua dos mesmos anos.
Muene N’Dumba-Tembo ou Dumba Watembo, é homem elegante, da figura distinta, tipo inteligente, ar nobre e maneira delicada. Trajava um pano de riscado preso á cinta por uma correia, tendo suspensa adiante pequena pele de antílope. Casaco de fazenda escura, coberto de quadradinhos bordados a cassungo completava a sua modesta mas esquesita «toilette».
Uma coroa de latão, como a dos monarcas da Europa, singular cópia de que nunca podemos conhecer a proveniência, cingia-lhe a frente, tendo na parte inferior uma fila bordada a missanga de cores. Pendia-lhe no pescoço exótico colar, onde figurava dois búzios (Cyprea Moneta) e um pequeno chifre de antílope.
Os seus dedos guarnecidos de anéis de latão, terminavam por longas unhas do mesmo metal, dificultando os movimentos, e não lhe permitindo segurar o bordão que muitas vezes lhe caía por terra. Em extremo industrioso, segundo nos afiançaram, anéis, unhas e coroa, tudo era obra sua nos momentos roubados à governação do Estado.
ENCONTRO COM EXPLORADORES CAPELO E IVENS, CAMERON E LEVINGSTONE
Assim descreveram os exploradores portugueses Capelo e Ivens a figura de Dumba Watembo, quando no dia 11 de Julho do ano já distante de 1878 ou 1874, entravam em contacto com ele, no CUCHIQUE, sanzala-capital dos Tchokwés daquela época (...) a sanzala-capital Kuchique situava-se um pouco a oeste das nascentes do rio Cuango e do rio Cassai. O rio Kuchique, que difere frequentemente de nome, de mapa para mapa, é afluente norte do rio Luando, subafluente do rio Cuanza (...).
Na primeira das paginas citadas dãos-nos os autores um muito curioso retrato do antigo Rei do Tchiboco, instruindo com ele a propósito, as páginas em que o descrevem. É sem dúvida um documento interessante e o único identificado que conhecemos, não apenas do referido Rei nativo dos Tchokwes como dos seus antecessores e sucessores.
Isolados nas extensas e formosas florestas hiemisilva dos seus territórios do TCHIBOCO, país do mel e do embriagante hidromel, os Dumba Watembo, e os seus irrequietos tchokwes, encheram aquelas espessuras duma reputação temerosa que afastou, prudentemente, os viajantes, até porque as suas comitivas indiginas se negavam penetrar naqueles amedrontadores dominios dos «demonios silviculas do Tchiboco», segundo a expressão de CAMERON que se desviou daqueles caminhos na sua travessia Zanzibar-Benguela, em 1875.
Já anteriormente, em 1854, o mesmo fizera LEVINGSTONE. Para mais, tivera ele a má ideia de retribuir um soba Tchokwe daquelas proximidades com um boi vivo ao qual faltava o rabo. Valeu-lhe, e dificilmente, a forte escolta dos seus Makokolos que aliás, o tornaram afoito para entregar boi incompleto, em tão exigentes paragens.
O Tchiboco foi, na verdade, e durante longo tempo, um país ensombrado de florestas e de atemorizantes lendas, e por isso sistemáticamente evitado pelos exploradores europeus, como bem o confirmam as primeiras palavras do Rei Dumba Watembo aos exploradores:«NUNCA POR AQUI SE VÊM OS HOMENS BRANCOS»...
Isto explica a raridade de notícias e de documentos iconograficos dos antigos régulos daquela região ou estado e o interesse histórico da gravura citada.
Não há dúvida nenhuma que Dumba Watembo provinha das estirpes aristocráticas dos Muatiânvuas, criadores e governantes do Império LUNDA, constituido nos finais do Século XV ou XVI, na Katanga Ocidental.
Á margem de dessidentes familiares e politicas, que inimizaram e dividiram LUNDAS e TCHOKWES, os altos chefes Tchokwes eram de etnia Lunda e das familias aparentadas aos Muatiânvuas. O próprio Dumba Watembo, historiando a sua genealogia, descreveu a Capelo e Ivens a existência, na Lunda de além-Cassai ou seja na Mussumba, duma mulher denominada Lukokessa mãe de três chefes Tembos, um deles ele próprio (Dumba).
Podemos esclarecer que a Lukokessa (algumas vezes sob a forma gráfica de Lucoqueça) era um alto dignatário feminino da corte dos LUNDAS.
Dumba era filho da Tembo, fiha de Nakapamba, irmã de konde Matete ambos filhos de Yala ya Muaka ou (Iala Maku deturpação), avó da Lueji, ou bisavó de Muatiânvua Ianvo que foi o primeiro Muatiânvua eleito.
Provavelmente, a data do colapso e da separação das dinastias com o tabú da Lueji, fixa-se entre os anos de 1595 – 1650, a contar da presença do Tchinguri em Luanda.
Trata-se, neste caso, do antepassado de Dumba Watembo que conduziu a invasão dos Tchokwés da Mussumba, através do rio Luau, e seguidamente ao longo do Cassai superior, em épocas que fixamos no primeiro quartel do século XV ou XVII, seja uns dois e meio século antes da vista dos exploradores Europeus, ao Dumba Watembo, no Tchiboco.
Se atribuíssemos 20 anos a cada Reinado, o Dumba Watembo em questão seria o 12º ou 13º Rei do Tchiboco.
Dumba significa Leão, Tembo sua mãe, significa que Leão da Tembo. Trata-se de uma hierarquia nobre, apoiada no prestígio de nome ou de família e um titulo da governação no reino, tal igual o nome do Mwatchissengue.
Encontram-se os nomes Tembo junto ao Lucala e a Massangano. Na língua de Matamba, o local onde se guardava os idolos era designado Tembo. Há notícias dum nome Tembo-Ndumba, da mulher do Jaga Zimbo, e na Jinga venerava-se a memória de Tem-Bam-Dumba. Aliás, vários etnógráfos e historiadores têm encontrado correlações entre os Tchokwes e os Jagas.
Desse facto, e das ramificações do nome Tembo em Angola, o próprio Dumba Watembo deu elementos, nas conversas com os exploradores europeus, ao referir como parentes Muzumbo Tembo dos Songos ou Massongos, e Cassange Tembo, que se institui Jaga do Quembo-Songo e Holo.
O Dumba Watembo, da época de Capelo e Ivens, ainda se empenhou no alargamento de dominio, e blasonava do seu poderio, em arengas como esta: - Os meus dominios são tão grandes que estendem daqui a catende para lá do norte; neles só eu mando, amim tudo obedece.
Mantinha, também hábitos de grande corte Africana, com a sua guarda pessoal do comando dum seu sobrinho, Mwaku a Kesse filho da sua irmã mwamuhanda «armado até aos dentes», um corpo de tamborileiros e xilofonistas para festas e recepção, e um estado-maior de notáveis de conselho e de guerra.
Esta atividade bélica e praxe da corte, estão de acordo com as ambições dos primeiros Dumba Watembo, que imaginaram a criação no Tchiboco dum Estado poderoso e organizado, nos moldes do estado dos LUNDAS da Katanga (do qual, aliás, foram dissidentes, para se eximirem ao seu poder nascente, aliado ao dos Balubas do II Império, nos finais do século XVI).
Aquela tentativa do Tchiboco, porém, foi uma concepção de classes aristocráticas, a que a massa tchokwe, irrequieta e nómada, de perfeito acordo com a sua ancestralidade de caçadores savánicos, se não prestou.
Á volta dos anos 1857 a 1878 ou 1879 já os tchokwes imigravam através dos Lutchazes, atacavam os povos matabas no nortes da lunda e alcançavam com os seus primeiros bandos os territórios dos Batchilangues, por altura do quinto grau de latitude sul. O estado de Tchiboco entrava em rarefação.
Ao Dumba Watembo da época do Capelo e Ivens, outros se seguiram até a passagem do trono ao seu sobrinho, Tchissengue ou Mwatchissengue, decerto mais decadentes, até que uma terrivel época de fome assolou o Tchiboco, haverá pouco mais de meio século, levando as populações a um êxodo que baixou extraordináriamente os efectivos demográficos do Estado de Tchiboco. Uma epidemia de varíola elevou a alto grau o indice de mortalidade. Esta catástrofe, que ficou conhecido por “Muaka ua kapunga ou Muaka ua Nzala (Época da fome), terá sido a grande responsável pelo desaparecimento do Estado do Tchiboco.
Régulo do Tchiboco, Rei da Lunda Tchokwé entre 1860 – 1880, primo da Rainha Nyakatolo, tio materno do Tchissengue ou Mwatchissengue, personalidade aristocrática da corte do Muatiânvua dos mesmos anos.
Muene N’Dumba-Tembo ou Dumba Watembo, é homem elegante, da figura distinta, tipo inteligente, ar nobre e maneira delicada. Trajava um pano de riscado preso á cinta por uma correia, tendo suspensa adiante pequena pele de antílope. Casaco de fazenda escura, coberto de quadradinhos bordados a cassungo completava a sua modesta mas esquesita «toilette».
Uma coroa de latão, como a dos monarcas da Europa, singular cópia de que nunca podemos conhecer a proveniência, cingia-lhe a frente, tendo na parte inferior uma fila bordada a missanga de cores. Pendia-lhe no pescoço exótico colar, onde figurava dois búzios (Cyprea Moneta) e um pequeno chifre de antílope.
Os seus dedos guarnecidos de anéis de latão, terminavam por longas unhas do mesmo metal, dificultando os movimentos, e não lhe permitindo segurar o bordão que muitas vezes lhe caía por terra. Em extremo industrioso, segundo nos afiançaram, anéis, unhas e coroa, tudo era obra sua nos momentos roubados à governação do Estado.
ENCONTRO COM EXPLORADORES CAPELO E IVENS, CAMERON E LEVINGSTONE
Assim descreveram os exploradores portugueses Capelo e Ivens a figura de Dumba Watembo, quando no dia 11 de Julho do ano já distante de 1878 ou 1874, entravam em contacto com ele, no CUCHIQUE, sanzala-capital dos Tchokwés daquela época (...) a sanzala-capital Kuchique situava-se um pouco a oeste das nascentes do rio Cuango e do rio Cassai. O rio Kuchique, que difere frequentemente de nome, de mapa para mapa, é afluente norte do rio Luando, subafluente do rio Cuanza (...).
Na primeira das paginas citadas dãos-nos os autores um muito curioso retrato do antigo Rei do Tchiboco, instruindo com ele a propósito, as páginas em que o descrevem. É sem dúvida um documento interessante e o único identificado que conhecemos, não apenas do referido Rei nativo dos Tchokwes como dos seus antecessores e sucessores.
Isolados nas extensas e formosas florestas hiemisilva dos seus territórios do TCHIBOCO, país do mel e do embriagante hidromel, os Dumba Watembo, e os seus irrequietos tchokwes, encheram aquelas espessuras duma reputação temerosa que afastou, prudentemente, os viajantes, até porque as suas comitivas indiginas se negavam penetrar naqueles amedrontadores dominios dos «demonios silviculas do Tchiboco», segundo a expressão de CAMERON que se desviou daqueles caminhos na sua travessia Zanzibar-Benguela, em 1875.
Já anteriormente, em 1854, o mesmo fizera LEVINGSTONE. Para mais, tivera ele a má ideia de retribuir um soba Tchokwe daquelas proximidades com um boi vivo ao qual faltava o rabo. Valeu-lhe, e dificilmente, a forte escolta dos seus Makokolos que aliás, o tornaram afoito para entregar boi incompleto, em tão exigentes paragens.
O Tchiboco foi, na verdade, e durante longo tempo, um país ensombrado de florestas e de atemorizantes lendas, e por isso sistemáticamente evitado pelos exploradores europeus, como bem o confirmam as primeiras palavras do Rei Dumba Watembo aos exploradores:«NUNCA POR AQUI SE VÊM OS HOMENS BRANCOS»...
Isto explica a raridade de notícias e de documentos iconograficos dos antigos régulos daquela região ou estado e o interesse histórico da gravura citada.
Não há dúvida nenhuma que Dumba Watembo provinha das estirpes aristocráticas dos Muatiânvuas, criadores e governantes do Império LUNDA, constituido nos finais do Século XV ou XVI, na Katanga Ocidental.
Á margem de dessidentes familiares e politicas, que inimizaram e dividiram LUNDAS e TCHOKWES, os altos chefes Tchokwes eram de etnia Lunda e das familias aparentadas aos Muatiânvuas. O próprio Dumba Watembo, historiando a sua genealogia, descreveu a Capelo e Ivens a existência, na Lunda de além-Cassai ou seja na Mussumba, duma mulher denominada Lukokessa mãe de três chefes Tembos, um deles ele próprio (Dumba).
Podemos esclarecer que a Lukokessa (algumas vezes sob a forma gráfica de Lucoqueça) era um alto dignatário feminino da corte dos LUNDAS.
Dumba era filho da Tembo, fiha de Nakapamba, irmã de konde Matete ambos filhos de Yala ya Muaka ou (Iala Maku deturpação), avó da Lueji, ou bisavó de Muatiânvua Ianvo que foi o primeiro Muatiânvua eleito.
Provavelmente, a data do colapso e da separação das dinastias com o tabú da Lueji, fixa-se entre os anos de 1595 – 1650, a contar da presença do Tchinguri em Luanda.
Trata-se, neste caso, do antepassado de Dumba Watembo que conduziu a invasão dos Tchokwés da Mussumba, através do rio Luau, e seguidamente ao longo do Cassai superior, em épocas que fixamos no primeiro quartel do século XV ou XVII, seja uns dois e meio século antes da vista dos exploradores Europeus, ao Dumba Watembo, no Tchiboco.
Se atribuíssemos 20 anos a cada Reinado, o Dumba Watembo em questão seria o 12º ou 13º Rei do Tchiboco.
Dumba significa Leão, Tembo sua mãe, significa que Leão da Tembo. Trata-se de uma hierarquia nobre, apoiada no prestígio de nome ou de família e um titulo da governação no reino, tal igual o nome do Mwatchissengue.
Encontram-se os nomes Tembo junto ao Lucala e a Massangano. Na língua de Matamba, o local onde se guardava os idolos era designado Tembo. Há notícias dum nome Tembo-Ndumba, da mulher do Jaga Zimbo, e na Jinga venerava-se a memória de Tem-Bam-Dumba. Aliás, vários etnógráfos e historiadores têm encontrado correlações entre os Tchokwes e os Jagas.
Desse facto, e das ramificações do nome Tembo em Angola, o próprio Dumba Watembo deu elementos, nas conversas com os exploradores europeus, ao referir como parentes Muzumbo Tembo dos Songos ou Massongos, e Cassange Tembo, que se institui Jaga do Quembo-Songo e Holo.
O Dumba Watembo, da época de Capelo e Ivens, ainda se empenhou no alargamento de dominio, e blasonava do seu poderio, em arengas como esta: - Os meus dominios são tão grandes que estendem daqui a catende para lá do norte; neles só eu mando, amim tudo obedece.
Mantinha, também hábitos de grande corte Africana, com a sua guarda pessoal do comando dum seu sobrinho, Mwaku a Kesse filho da sua irmã mwamuhanda «armado até aos dentes», um corpo de tamborileiros e xilofonistas para festas e recepção, e um estado-maior de notáveis de conselho e de guerra.
Esta atividade bélica e praxe da corte, estão de acordo com as ambições dos primeiros Dumba Watembo, que imaginaram a criação no Tchiboco dum Estado poderoso e organizado, nos moldes do estado dos LUNDAS da Katanga (do qual, aliás, foram dissidentes, para se eximirem ao seu poder nascente, aliado ao dos Balubas do II Império, nos finais do século XVI).
Aquela tentativa do Tchiboco, porém, foi uma concepção de classes aristocráticas, a que a massa tchokwe, irrequieta e nómada, de perfeito acordo com a sua ancestralidade de caçadores savánicos, se não prestou.
Á volta dos anos 1857 a 1878 ou 1879 já os tchokwes imigravam através dos Lutchazes, atacavam os povos matabas no nortes da lunda e alcançavam com os seus primeiros bandos os territórios dos Batchilangues, por altura do quinto grau de latitude sul. O estado de Tchiboco entrava em rarefação.
Ao Dumba Watembo da época do Capelo e Ivens, outros se seguiram até a passagem do trono ao seu sobrinho, Tchissengue ou Mwatchissengue, decerto mais decadentes, até que uma terrivel época de fome assolou o Tchiboco, haverá pouco mais de meio século, levando as populações a um êxodo que baixou extraordináriamente os efectivos demográficos do Estado de Tchiboco. Uma epidemia de varíola elevou a alto grau o indice de mortalidade. Esta catástrofe, que ficou conhecido por “Muaka ua kapunga ou Muaka ua Nzala (Época da fome), terá sido a grande responsável pelo desaparecimento do Estado do Tchiboco.
DINASTIA
NO IMPERIO TCHOKWÉ
- A primeira dinastia do império
Tchokwé foi dos Mwambuba, o império era ainda num estado embrionário no seu
desenvolvimento socioeconómico e politico, a caça a colheita de frutos
silvestres, o homem Tchokwé se vestia ainda de mwandji que é produto de
escorchamento duma árvore chamada tchitepa, e a introdução de mukanda
(circuncisão).
- A segunda dinastia foi dos
Mwandvumba-wa-Tembo, não houve nada de especial para assinalar, porque já no
txinboco o trono foi resgatado por Ndvumba-ya-Tembo devido a falta de
maturidade, dinamismo por parte dos mwandvumba.
- A Terceira dinastia foi e
continua a ser dos Mwatchissengue-wa-tembo geração de Mwayhemba-ya-Ngonga neta
de Tembo-Kalunga filha de Nakapamba, esta ultima é que foi caracterizada pela
sua grande maturidade e dinamismo na sua organização em geral, é neste Reino
que o império foi sedentário, porque teve fronteiras, do Kassay ao rio Kwango e
do Luma aos Katchilangue do norte e quase todas as terras foram ocupadas pelo
seu povo, a partir do Luma as ClâsTchokwés começaram a ocupar a parcela do
território de Angola cujo as fronteiras que acima nos referimos eram os limites
com outras Tribos, ao leste com os Kalundas ao oeste com a região de Kassanje,
estado dos Bangalas, Kimbundos e Phendes originários de Txinguri-Txa-Ngonde ao
norte com a Província do Chikapa na R.D.C. onde habitam as tribos dos mulubas e
phendes que não queriam seguir o Txinguri nas terras de Luanda. Ao sul com
Luvales tribo da Rainha Nyacatolo descendentes de Txinhama-Txa-Ngonde irmão de
Lueji ambos filhos de Konde-Matete irmão de Nakapamba.
PONTOS
FULCRAIS DO REINADO TCHOKWÉ
Cinco
pontos fulcrais serviram de assentamento do Reino TchokwéTtchiboco, junto do rio Kuchique na serra de Muzemba nas área de
Luma-Kassai onde reinou Kaiombo Mwadvumba,Mwatchissengue Ndumba-ya-Tembo e seu
sobrinho Mwaco-a-Kesse filho da sua irmã Mwamuhanda ambos filhos da
Tembo-Kalunga, depois no Txitumba nas
áreas de Khungu-nhi-Kaza na atual Regedoria do Ngambo onde Reinou
Mwatchissengue Mwakuxinuca e Mwatchissengue Malia netos de Mwayhemba-ya-ngonga
irmã de Mwaku-a-Kesse ambos filhos de Mwamuhanda. Depois no Itengo, onde reinou Mwatchissengue
Txiaze Lutongo,Sakaloya,Sandambi e Sacavula todos da geração de
Mwayhemba-ya-Ngonga, depois no Txandumba
no outro lado do rio Luó onde reinou Mwatchissengue José Satambi, após a
ocupação da administração colonial, decidiram retirar o Rei Tchokwé naquela
área para o Sueje a 20 km de
Saurimo, na altura chamava-se Henrique Carvalho onde reina o atual Rei Tchokwé Mwatchissengue
Alberto Ndumba. Esta decisão foi tomada, para encurtar a distância e facilitar
o contacto permanente com o chefe da tribo Tchokwé quando o reconheceram no
Itengo em julho de 1895 junto da Administração do Estado Português naquela
altura.
DIVISÃO
ADMINISTRATIVA DO IMPERIO TCHOKWÉ
Na primeira dinastia o império
Tchokwé foi dividido em Treze (13) regiões, menos um estado autónomo dos Luenas
ou Luvales devido a sua maior população e por ser também da geração de
Txinhama- txa-Konde irmão da Lueji-a-Konde.
1-
Região
de Kacolo ao rio Kwango.
Responsaveis-
Mwanatximbundu e seu sobrinho Mwatximbia Mua-Kaminungu.
2-
Região
do rio Kwango-Lui até alto Kwanza.
Responsaveis-
Mwacanhica e Mwamungowa
3-
Região
do Alto Kwanza até Manongue (Kamanongue).
Responsaveis-
Mwamuchiko.
4-
Região
do rio KassaiLuma-rio a nascente rio Chikapa.
Responsavel-
Mwakawéwé.
5-
A
Reglão do rio Kassay rio Itengo rio Chicapa.
Responsavel
Mwatchissengue-Wa-Tembo.
6-
A
Região do rio Chicapa rio Kwilu.
Responsavel
Mwakassau
7-
A
Região do rio Kassay-Lucapa-Kalonda-Kamissombo
Responsavel
Mwabumba Mwakayengue.
8-
A
Região do rio Chicapa-Kapaya-rio Kwilu.
Responsavel
Mwakapelengue.
9-
A
Região do rio Kwango-Cafunvu-rio-Mussuku.
Responsavel
MwanaKafunvu-Ndondji-Tchakala
10- A Região do rio Kwilu rio Kahemba.
Responsavel
Mwakandala
11- A Região do rio
KassayLwebo-Chikapa-rio Louva.
ResponsavelMwambumba-Mwamukandjanga.
12- Região Baixo Louva-rio
Luchiku-rio Kwilu.
Responsavel
Mwamuchiko e seu sobrinho Mwakhelendede.
13- Região do Alto Sul e Norte do rio
Lyambeji (Zambeze)
Área
Autónoma
Responsavel
Rainha Tchinhama- (Nyakatolo).
O
DIREITO DE SUCESSÃO NO TRONO DE MWATCHISSENGUE-WA-TEMBO
Tembo-Kalunga, filha da Nakapamba teve dois
(2) filhos- Kayombo-Ndvumba-ya-Tembo e Mwamuhanda.
Mwamuhanda irmã de Kayombo Ndvumba-ya-Tembo
teve também dois (2) filhos- Mwaku-a-Kesse e Mwayhemba-ya-Ngonga.
Mwaku-a-Kesse
e Mwayhemba-ya-Ngonga são neto de Tembo-Kalunga.
Na morte do
Mwatchissengue-Ndvumba-ya-Tembo, o poder passou para o seu sobrinho Mwaku-a-Kesse
e passou a chamar-se, Mwatchissengue-Mwaku-a-Kesse.
Mwayhemba-ya-Ngonga
teve nove (9) filhos.
Que são:
1º-Mwakawéwé Muthunda
2º-Muhanda
3º-Zwa
4º-Ulombo
5º-Mayembe
6º-Tchamba
7º-Mafunvu
8º-Txissua
9º-Mwakawéwé
Ndvumba
Mwatchissengue-Mwaku-a-Kesse, antes
da sua morte, junto a família Real decidiram que futuramente o Trono de
Mwatchissengue-wa-Tembo só será outorgado aos descendentes do ventre de Mwayhemba-ya-Ngonga neta de Tembo-Kalunga.
Depois da sua morte o Lukhano
(pulseira) símbolo do poder, foi deixado ao cuidado do seu sobrinho mas velho Mwakawéwé Muthunda filho da sua irmã Mwayhemba-ya-Ngonga para
responsabilizar-se da sucessão do trono. Sete (7) eram meninas as únicas que
poderiam dar herdeiros ao Trono, cada uma delas tinha o Reinado para si através
dos seus filhos ou descendentes direitos, iniciando ao ciclo pela filha mas
velha. Assim acontece, como abaixo podemos descriminar:
SUCESÃO
DO TRONO NAS FILHAS DE MWAYHEMBA-YA-NGONGA
Mwakawéwé
Mutunda filho de
Mwayhemba-ya-Ngonga, cumprindo com
os rituais tradicionais e a orientação deixada pelos ancestrais, com a morte de
seu tio Mwatchissengue-Mwaku-a-Kesse o lukano (pulseira) foi outorgado a seu
sobrinho mas velho, Mwakuxinuca filho da sua irmã Muhanda, assim passou a
chamar-se Mwatchissengue-Mwakuxinuka. Depois da morte deste o símbolo do poder
permaneceu na mesma ventre da Muhanda assumindo o poder seu irmão Malia, e
passou a chamar-se Mwatchissengue-Malia isto é em meados do século XIX, nas
áreas do Ngambo onde fixaram o estado (Limbo) no Txitumba- Khungu-nhy-Kazá.
Com a morte acidental de Mwatchissengue Malia
o Mwakawéwé Muthunda reuniu a família Real para transferir o trono para a
ventre da irmã a seguir da Muhanda neste caso a Zwa. Mwakawéwé Muthunda mandou
chamar o seu sobrinho Txiaze Lutongo para assumir o trono por ser o filho mas
velho da sua irmã Zwa porque na altura já vivia no Itengo onde explorava borracha,
já no trono passou a chamar-se Mwatchissengue-wa-Tembo Tchiaze Lutongo. Regressou
e fundou o seu estado no Itengo, onde viveu com o seu irmão Kajilamutoma filho
da sua tia Ulombo, devido algumas divergência causadas pelos sobrinho do
Tchiaze Lutongo, Kajilamutoma retirou-se do Itengo regressando atravessou os
rios Luachimo, Tchihumbwe, Luembe, luia e foi viver na beira do rio Kassay nas
área de Chiluange, depois atravessou o rio Kassay e fixou o seu estado no distrito
de Sandowa na atual R.D.C. e passou a chamar-se Mwatchissengue-Samutoma, ventre
da Ulombo.
Na morte do Mwatchissengue-Tchiaze-Lutongo o
trono permaneceu no ventre da Zwa onde assumiram os seus sobrinhos, Sakaloya, Mwatchikungu
Sandambi e Sakavula, ambos descendentes de Mwayhemba-ya-Ngona. Na morte do
Mwakawéwé Ndvumba filho da Mwayhemba-ya-ngonga, a família real retirou-se do
Khungu-nhi-Kazá atravessaram o rio Txihumbwé e Lwembe foram destacar-se no rio
Lweia onde desagua o rio Kaluri isto é entre o rio Lwembe e o rio Luia. A
Aldeia (Limbo) foi conhecida como (Kunganda maha Mwanangana Mwakawéwé)
-Kutchokwé. Foi neste local onde assumiu o poder Mwakawéwé Lukhassa como chefe
da família de Mwayhemba-ya-Ngonga a fim de se responsabilizar do Trono de
Mwatchissengue-Wa-Tembo na sucessão. Mwakawewe Lukassa foi preso pelos
Portugueses e levado, ele mas três sobrinhos. Mayembe a quinta (5) filha de
Mwayhemba-ya-Ngonga teve uma filha que se chamou Tchaka, esta por sua vez teve
dois (2) filhos que se chamaram Mukungassanda e Tchunga-Namuhanda, esta ultima
teve doze (12) filhos que são: Mwakawéwé Lukhassa, Nakapamba, Muxiteno Nasonhi
Samukambo, Candji Ulombo, Tembo Naphezo, Mwakanhika, Khukwa, Ghombo, Sathambi,
Muhanda e Alberto Ndvumba. A este ventre da Mayembe, foi dado o poder de
assumir o Lukhano (pulseira) de Mwakawéwé pelo seu pai Mwakawéwé Ndvumba o último
filho da Mwayhemba-ya-Ngonga neta da Tembo-Kalunga. A esta geração da
Tembo-Kalunga 2ª filha da Nakapamba, vem o direito indiscutível de outorgarem o
trono de Mwatchissengue-Wa-Tembo Rei da tribo Tchokwé que ocupa a região leste
do território Angolano, a sede do Trono enconta-se na Cidade de Saurimo capital
da Província da Lunda-Sul.
REIS TCHOKWÉS
DESDE O SECÚLO XVI
REI-
NDUMBA-YA-TEMBO- FILHO DA TEMBO-KALUNGA
REI-
MWATCHISSENGUE MWAKO- AKESSE- FILHO DE MWAMUHANDA
REI-
MWATCHISSENGUE MWAKUXINUCA – NETO DE MWAYHEMBA-YA-NGONGA
REI-
MWATCHISSENGUE MALIA- NETO DE MWAYHEMBA-YA-NGONGA
REI-
MWATCHISSENGUE TXIANZE LUTONGO NETO DE MWAYHEMBA- YA- NGONGA
REI-
MWATCHISSENGUE SACALOYA DA GERAÇÃO DE MWAYHEMBA-YA-NGONGA
REI-
MWATCHISSENGUE MWATCHIKUNGU SANDAMBI DA GERAÇÃO DE MWAYHEMBA
REI-
MWATCHISSENGUE SAKAVULA DA GERAÇÃO DE MWAYHEMBA-YA-NGONGA
REI-
MWATCHISSENGUE JOSÉ SATAMBI DA GERAÇÃO DE MWAYHEMBA-YA-NGONGA
REI-
MWATCHISSENGUE NDUMBA ALBERTO DA GERAÇÃO DE MWAYHEMBA-YA-NGONGA
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