quinta-feira, 27 de agosto de 2015

REINO TCHOKWÉ

Surgimento do Reino Tchokwé e o trono
de Mwatchissengue-Wa-Tembo

Em meados do século XVI, na grande migração do povo bantu, retirando-se do Lundju-nhi-Senga uma área situada entre os lagos Moero e Tanganhica na região dos grandes-lagos, a caravana era chefiada por um homem chamado Txinhaweji Nbala-Ngoio, este foi o pai de Mwaku-a-Kesse e Naweji-weji.
Esta foi a família Real, e era numerosa, o Mwaku-a-Kesse foi o pai do Mwanzanza Mwaricamonga e Yala-Muaku.
-O Yala-Mwaku foi o pai de Konde Matete, Nakapamba e NdondjiTchakala.
-Primeiro filho de Yala-Muaku chamou-se Konde-Matete.
-Konde-Matete foi o pai de Tchinguri-txa-Konde, Txinhama-txa-Konde, Lueji-a-Konde e Kalumbo.
-A Segunda filha de Yala-Mwaku chamou-se Nakapamba.
-Nakapamba foi a mãe de Txumba-Kalunga, Tembo-Kalunga e Txitxu-txa-Kalunga.
-O terceiro filho de Yala-Mwaku chamou-se Ndondji-Txakala. Descendência do clã Mwana-Kafunvu.

INÍCIO DO GRANDE MOVIMENTO DO ÊXODO TCHOKWÉ

Já nas áreas de Khalanhi, na atual R.D.C. no ano 1650 morre Konde Matete filho de Yala-Mwaku e a pulseira (Lukhano) símbolo do poder fica com a sua filha Lweji-a-Konde, muito nova torna-se Rainha, porque o pai antes da sua morte tinha confiança nela em relação aos seus filhos Txinguri e Txinhama.
Um jovem caçador baluba, chamado TxipindaYlunga apareceu nas áreas de Khalanhi, região onde se situava a Mussumba quando o império dos seus avós ruía, isto é, nas mediações do acampamento onde a Lweji-a-Konde era a Rainha,
Alguns populares preparavam constamente maluvo bebida tradicional extraída de plantas semelhantes as palmeiras, que se chama (khele) para oferecerem a Rainha, e sempre que o caçador chegava no local da extração consumia a bebida nos reservatórios (Izanda) e deixava grandes nacos de carne. Quando foi descoberto e capturado foi levado junto a Rainha. Após o esclarecimento do ocorrido a Rainha por sua vez achou o escravo de elegante, decidio que permanecesse no palácio (Txiphanga), como família e não como escravo.
Pela tradição a mulher no período menstrual não pode usar a pulseira (lukhano) que simboliza o poder tradicional. Nessa altura, o homem feito escravo no palácio (txiphanga) se tornara esposo da Rainha, e no período do círculo mensal o Lukhano (pulseira) era entregue a txipinda ilunga e a Rainha ordenava que todos sem exceção o respeitassem como Rei. Esta notícia foi mal acolhida principalmente pela família Real, como também tinham negado a proposta de casamento, com o forasteiro txipindailunga. Tchinguri-txa-Konde irmão da Rainha Lweji-a-Konde ambos filhos de Konde-Matete, reuniu algumas famílias que não aprovaram a decisão da Rainha e retirou-se da Mussumba rumo ao sudoeste atravessou o rio Kassay,rio Kwango rio Lui foi acampar-se nas portas de Luanda. Tchinguri veiu a fixar-se definitivamente no alto Lui, e o seu povo espalhou-se pela região de Kassanje, onde veio a fundar um novo Estado “Os Bangalas”.

Retiraram-se da Mussumba, primeiro Txinguri-Txa-Konde irmão mas velho da Lueji. Depois a Nakapamba acompanhado por numerosos grupos incluindo outros partidários de Txinhama-Txa-Konde e de Kayombo Mundjumba amigos de Txinguri-Txa-Konde.Entretanto, a partida de Txinguri de Khalanhy, criou divergências entre os Kalundas e outras tribos. Lweji por sua vez reuniu os carúla (parentes) da linhagem ascendente para ouvir suas opiniões. Nesse encontro, a sua Tia Nakapamba sugeriu a suana mulunda (herdeira do estado) naquela altura que mandasse voltar Txinguri, e prontificou-se a ir busca-lo, Lweji e seu marido concordaram com a ideia.Lweji-a-Konde apercebendo-se da situação, convocou o povo e disse-lhes “ayekuatchinguri” o que significa, os de tchinguri acompanhem-no, do termo “aye-kua” empregue por Lweji pretende-se explicar á etimologia (Tchokwé, Katchokwé,Tutchokwé) designação aplicada aqueles que partiram da Mussumba nas peugadas de Tchinguri-Txa-Konde.A retirada dos tchowés na Mssumba foi muni ciosamente preparada, Foram ponderadas questões logísticas, travessia dos rios, grupos de avanço, etc., uma operação que levou anos para ser concretizada.

O grupo de avanço foi chefiado por Fota e tinha a missão de escolher as melhores vias por onde as caravanas podiam passar. Qualquer obstáculo maior era contornado e os pequenos eram superados com medidas paliativas. No caso dos rios como Cassai e Liambeji (actual Zambeze) eram contornados pelas nascentes, ao passo que os outros eram transpostos através de pontes precárias de pau construídas pelo grupo chefiado por Nguji. Ao Chitelembe foi confiada a logística, ou seja, comandar as operações de caça, pesca e recoleção de frutos silvestres para alimentar a população em marcha.
Ao longo do percurso, que levou muitos anos, foram criados vários acampamentos de passagem onde permaneciam longos dias ou meses, para se renovar as energias e depois retomar-se a marcha.

Atingida a outra margem do rio Luau, depois da caminhada ao longo do rio Cassai em busca da sua nascente, as primeiras comunidades começaram a se instalar no atual território da Província do Moxico. Era a caravana encabeçada por Mwamushiko, que foi se espalhando até atingir o Kamanongue e Luena. Outros foram até Menongue, província do Kwando-Kubango.

O grosso da caravana seguiu o curso do rio Cassai em busca da sua nascente, para o atravessarem em direção ao atual território Tchokwé,Durante a viagem, a Tembo Kalunga segunda filha da Nakapamba teve um filho que se chamou Kaiombo Ndumba-ya-Tembo. A caravana chefiada por Kayombo Mwandumba wa tembo, dirigiram-se as áreas de katacangonhya com o objetivo de encontrarem o Tchinguri, atravessaram o rio Kwango onde foi encontrado, puseram-no ao corrente das intenções da Rainha. Tchinguri por sua vez negou a ideia de regressar a Mussumba porque já tinha encontrado terras livres para além do rio Kwango, em resposta disse, “ dois leões não podem beber água na mesma lagoa”. A resposta negativa de Txinguri, fez com que a caravana chefiada por Mwandumba não regressasse a Mussumba, regressaram novamente atravessaram o rio Kwango a procura também de novas terras, caminharam e fixaram-se na cabeceira do rio Kwanza nas áreas de Luma-Kassay, destacando-se definitivamente a oeste das nascentes dos rios Kwango e Kassay em meados de 1800 a 1874. Na ocupação total desta parcela do território Tchokwé foram encontrados grupinhos que desertavam da caminhada do Txinguri, estes grupinhos eram chamados “Phendes”eram escorraçados pelos Tchokwés obrigando-os a seguirem o seu patriarca Txinguri e outros foram obrigados a atravessarem o rio Kassay pelo norte e foram destacar-se no Congo belga na província fronteiriça de txicapa atual R.D.C. A pós terem fixado nas áreas acima referidas, a família real decidiu tirar o poder ao Mwandumba wa tembo para ser atribuído ao Kaiombo Ndumba-ya-Tembo.
QUEM FOI DUMBA WATEMBO
Régulo do Tchiboco, Rei da Lunda Tchokwé entre 1860 – 1880, primo da Rainha Nyakatolo, tio materno do Tchissengue ou Mwatchissengue, personalidade aristocrática da corte do Muatiânvua dos mesmos anos.

Muene N’Dumba-Tembo ou Dumba Watembo, é homem elegante, da figura distinta, tipo inteligente, ar nobre e maneira delicada. Trajava um pano de riscado preso á cinta por uma correia, tendo suspensa adiante pequena pele de antílope. Casaco de fazenda escura, coberto de quadradinhos bordados a cassungo completava a sua modesta mas esquesita «toilette».

Uma coroa de latão, como a dos monarcas da Europa, singular cópia de que nunca podemos conhecer a proveniência, cingia-lhe a frente, tendo na parte inferior uma fila bordada a missanga de cores. Pendia-lhe no pescoço exótico colar, onde figurava dois búzios (Cyprea Moneta) e um pequeno chifre de antílope.

Os seus dedos guarnecidos de anéis de latão, terminavam por longas unhas do mesmo metal, dificultando os movimentos, e não lhe permitindo segurar o bordão que muitas vezes lhe caía por terra. Em extremo industrioso, segundo nos afiançaram, anéis, unhas e coroa, tudo era obra sua nos momentos roubados à governação do Estado.

ENCONTRO COM EXPLORADORES CAPELO E IVENS, CAMERON E LEVINGSTONE

Assim descreveram os exploradores portugueses Capelo e Ivens a figura de Dumba Watembo, quando no dia 11 de Julho do ano já distante de 1878 ou 1874, entravam em contacto com ele, no CUCHIQUE, sanzala-capital dos Tchokwés daquela época (...) a sanzala-capital Kuchique situava-se um pouco a oeste das nascentes do rio Cuango e do rio Cassai. O rio Kuchique, que difere frequentemente de nome, de mapa para mapa, é afluente norte do rio Luando, subafluente do rio Cuanza (...).

Na primeira das paginas citadas dãos-nos os autores um muito curioso retrato do antigo Rei do Tchiboco, instruindo com ele a propósito, as páginas em que o descrevem. É sem dúvida um documento interessante e o único identificado que conhecemos, não apenas do referido Rei nativo dos Tchokwes como dos seus antecessores e sucessores.

Isolados nas extensas e formosas florestas hiemisilva dos seus territórios do TCHIBOCO, país do mel e do embriagante hidromel, os Dumba Watembo, e os seus irrequietos tchokwes, encheram aquelas espessuras duma reputação temerosa que afastou, prudentemente, os viajantes, até porque as suas comitivas indiginas se negavam penetrar naqueles amedrontadores dominios dos «demonios silviculas do Tchiboco», segundo a expressão de CAMERON que se desviou daqueles caminhos na sua travessia Zanzibar-Benguela, em 1875.

Já anteriormente, em 1854, o mesmo fizera LEVINGSTONE. Para mais, tivera ele a má ideia de retribuir um soba Tchokwe daquelas proximidades com um boi vivo ao qual faltava o rabo. Valeu-lhe, e dificilmente, a forte escolta dos seus Makokolos que aliás, o tornaram afoito para entregar boi incompleto, em tão exigentes paragens.

O Tchiboco foi, na verdade, e durante longo tempo, um país ensombrado de florestas e de atemorizantes lendas, e por isso sistemáticamente evitado pelos exploradores europeus, como bem o confirmam as primeiras palavras do Rei Dumba Watembo aos exploradores:«NUNCA POR AQUI SE VÊM OS HOMENS BRANCOS»...

Isto explica a raridade de notícias e de documentos iconograficos dos antigos régulos daquela região ou estado e o interesse histórico da gravura citada.

Não há dúvida nenhuma que Dumba Watembo provinha das estirpes aristocráticas dos Muatiânvuas, criadores e governantes do Império LUNDA, constituido nos finais do Século XV ou XVI, na Katanga Ocidental.

Á margem de dessidentes familiares e politicas, que inimizaram e dividiram LUNDAS e TCHOKWES, os altos chefes Tchokwes eram de etnia Lunda e das familias aparentadas aos Muatiânvuas. O próprio Dumba Watembo, historiando a sua genealogia, descreveu a Capelo e Ivens a existência, na Lunda de além-Cassai ou seja na Mussumba, duma mulher denominada Lukokessa mãe de três chefes Tembos, um deles ele próprio (Dumba).

Podemos esclarecer que a Lukokessa (algumas vezes sob a forma gráfica de Lucoqueça) era um alto dignatário feminino da corte dos LUNDAS.

Dumba era filho da Tembo, fiha de Nakapamba, irmã de konde Matete ambos filhos de Yala ya Muaka ou (Iala Maku deturpação), avó da Lueji, ou bisavó de Muatiânvua Ianvo que foi o primeiro Muatiânvua eleito.

Provavelmente, a data do colapso e da separação das dinastias com o tabú da Lueji, fixa-se entre os anos de 1595 – 1650, a contar da presença do Tchinguri em Luanda.

Trata-se, neste caso, do antepassado de Dumba Watembo que conduziu a invasão dos Tchokwés da Mussumba, através do rio Luau, e seguidamente ao longo do Cassai superior, em épocas que fixamos no primeiro quartel do século XV ou XVII, seja uns dois e meio século antes da vista dos exploradores Europeus, ao Dumba Watembo, no Tchiboco.

Se atribuíssemos 20 anos a cada Reinado, o Dumba Watembo em questão seria o 12º ou 13º Rei do Tchiboco.

Dumba significa Leão, Tembo sua mãe, significa que Leão da Tembo. Trata-se de uma hierarquia nobre, apoiada no prestígio de nome ou de família e um titulo da governação no reino, tal igual o nome do Mwatchissengue.

Encontram-se os nomes Tembo junto ao Lucala e a Massangano. Na língua de Matamba, o local onde se guardava os idolos era designado Tembo. Há notícias dum nome Tembo-Ndumba, da mulher do Jaga Zimbo, e na Jinga venerava-se a memória de Tem-Bam-Dumba. Aliás, vários etnógráfos e historiadores têm encontrado correlações entre os Tchokwes e os Jagas.

Desse facto, e das ramificações do nome Tembo em Angola, o próprio Dumba Watembo deu elementos, nas conversas com os exploradores europeus, ao referir como parentes Muzumbo Tembo dos Songos ou Massongos, e Cassange Tembo, que se institui Jaga do Quembo-Songo e Holo.

O Dumba Watembo, da época de Capelo e Ivens, ainda se empenhou no alargamento de dominio, e blasonava do seu poderio, em arengas como esta: - Os meus dominios são tão grandes que estendem daqui a catende para lá do norte; neles só eu mando, amim tudo obedece.

Mantinha, também hábitos de grande corte Africana, com a sua guarda pessoal do comando dum seu sobrinho, Mwaku a Kesse filho da sua irmã mwamuhanda «armado até aos dentes», um corpo de tamborileiros e xilofonistas para festas e recepção, e um estado-maior de notáveis de conselho e de guerra.

Esta atividade bélica e praxe da corte, estão de acordo com as ambições dos primeiros Dumba Watembo, que imaginaram a criação no Tchiboco dum Estado poderoso e organizado, nos moldes do estado dos LUNDAS da Katanga (do qual, aliás, foram dissidentes, para se eximirem ao seu poder nascente, aliado ao dos Balubas do II Império, nos finais do século XVI).

Aquela tentativa do Tchiboco, porém, foi uma concepção de classes aristocráticas, a que a massa tchokwe, irrequieta e nómada, de perfeito acordo com a sua ancestralidade de caçadores savánicos, se não prestou.

Á volta dos anos 1857 a 1878 ou 1879 já os tchokwes imigravam através dos Lutchazes, atacavam os povos matabas no nortes da lunda e alcançavam com os seus primeiros bandos os territórios dos Batchilangues, por altura do quinto grau de latitude sul. O estado de Tchiboco entrava em rarefação.

Ao Dumba Watembo da época do Capelo e Ivens, outros se seguiram até a passagem do trono ao seu sobrinho, Tchissengue ou Mwatchissengue, decerto mais decadentes, até que uma terrivel época de fome assolou o Tchiboco, haverá pouco mais de meio século, levando as populações a um êxodo que baixou extraordináriamente os efectivos demográficos do Estado de Tchiboco. Uma epidemia de varíola elevou a alto grau o indice de mortalidade. Esta catástrofe, que ficou conhecido por “Muaka ua kapunga ou Muaka ua Nzala (Época da fome), terá sido a grande responsável pelo desaparecimento do Estado do Tchiboco.


DINASTIA NO IMPERIO TCHOKWÉ

- A primeira dinastia do império Tchokwé foi dos Mwambuba, o império era ainda num estado embrionário no seu desenvolvimento socioeconómico e politico, a caça a colheita de frutos silvestres, o homem Tchokwé se vestia ainda de mwandji que é produto de escorchamento duma árvore chamada tchitepa, e a introdução de mukanda (circuncisão).
- A segunda dinastia foi dos Mwandvumba-wa-Tembo, não houve nada de especial para assinalar, porque já no txinboco o trono foi resgatado por Ndvumba-ya-Tembo devido a falta de maturidade, dinamismo por parte dos mwandvumba.
- A Terceira dinastia foi e continua a ser dos Mwatchissengue-wa-tembo geração de Mwayhemba-ya-Ngonga neta de Tembo-Kalunga filha de Nakapamba, esta ultima é que foi caracterizada pela sua grande maturidade e dinamismo na sua organização em geral, é neste Reino que o império foi sedentário, porque teve fronteiras, do Kassay ao rio Kwango e do Luma aos Katchilangue do norte e quase todas as terras foram ocupadas pelo seu povo, a partir do Luma as ClâsTchokwés começaram a ocupar a parcela do território de Angola cujo as fronteiras que acima nos referimos eram os limites com outras Tribos, ao leste com os Kalundas ao oeste com a região de Kassanje, estado dos Bangalas, Kimbundos e Phendes originários de Txinguri-Txa-Ngonde ao norte com a Província do Chikapa na R.D.C. onde habitam as tribos dos mulubas e phendes que não queriam seguir o Txinguri nas terras de Luanda. Ao sul com Luvales tribo da Rainha Nyacatolo descendentes de Txinhama-Txa-Ngonde irmão de Lueji ambos filhos de Konde-Matete irmão de Nakapamba.



PONTOS FULCRAIS DO REINADO TCHOKWÉ

Cinco pontos fulcrais serviram de assentamento do Reino TchokwéTtchiboco, junto do rio Kuchique na serra de Muzemba nas área de Luma-Kassai onde reinou Kaiombo Mwadvumba,Mwatchissengue Ndumba-ya-Tembo e seu sobrinho Mwaco-a-Kesse filho da sua irmã Mwamuhanda ambos filhos da Tembo-Kalunga, depois no Txitumba nas áreas de Khungu-nhi-Kaza na atual Regedoria do Ngambo onde Reinou Mwatchissengue Mwakuxinuca e Mwatchissengue Malia netos de Mwayhemba-ya-ngonga irmã de Mwaku-a-Kesse ambos filhos de Mwamuhanda. Depois no Itengo, onde reinou Mwatchissengue Txiaze Lutongo,Sakaloya,Sandambi e Sacavula todos da geração de Mwayhemba-ya-Ngonga, depois no Txandumba no outro lado do rio Luó onde reinou Mwatchissengue José Satambi, após a ocupação da administração colonial, decidiram retirar o Rei Tchokwé naquela área para o Sueje a 20 km de Saurimo, na altura chamava-se Henrique Carvalho onde reina o atual Rei Tchokwé Mwatchissengue Alberto Ndumba. Esta decisão foi tomada, para encurtar a distância e facilitar o contacto permanente com o chefe da tribo Tchokwé quando o reconheceram no Itengo em julho de 1895 junto da Administração do Estado Português naquela altura.



DIVISÃO ADMINISTRATIVA DO IMPERIO TCHOKWÉ

Na primeira dinastia o império Tchokwé foi dividido em Treze (13) regiões, menos um estado autónomo dos Luenas ou Luvales devido a sua maior população e por ser também da geração de Txinhama- txa-Konde irmão da Lueji-a-Konde.
1-      Região de Kacolo ao rio Kwango.
Responsaveis- Mwanatximbundu e seu sobrinho Mwatximbia Mua-Kaminungu.
2-      Região do rio Kwango-Lui até alto Kwanza.
Responsaveis- Mwacanhica e Mwamungowa
3-      Região do Alto Kwanza até Manongue (Kamanongue).
Responsaveis- Mwamuchiko.
4-      Região do rio KassaiLuma-rio a nascente rio Chikapa.
Responsavel- Mwakawéwé.
5-      A Reglão do rio Kassay rio Itengo rio Chicapa.
Responsavel Mwatchissengue-Wa-Tembo.
6-      A Região do rio Chicapa rio Kwilu.
Responsavel Mwakassau
7-      A Região do rio Kassay-Lucapa-Kalonda-Kamissombo
Responsavel Mwabumba Mwakayengue.
8-      A Região do rio Chicapa-Kapaya-rio Kwilu.
Responsavel Mwakapelengue.
9-      A Região do rio Kwango-Cafunvu-rio-Mussuku.
Responsavel MwanaKafunvu-Ndondji-Tchakala
10-  A Região do rio Kwilu rio Kahemba.
Responsavel Mwakandala
11-   A Região do rio KassayLwebo-Chikapa-rio Louva.
ResponsavelMwambumba-Mwamukandjanga.
12-   Região Baixo Louva-rio Luchiku-rio Kwilu.
Responsavel Mwamuchiko e seu sobrinho Mwakhelendede.
13-   Região do Alto Sul e Norte do rio Lyambeji (Zambeze)
Área Autónoma
Responsavel Rainha Tchinhama- (Nyakatolo).



O DIREITO DE SUCESSÃO NO TRONO DE MWATCHISSENGUE-WA-TEMBO



Tembo-Kalunga, filha da Nakapamba teve dois (2) filhos- Kayombo-Ndvumba-ya-Tembo e Mwamuhanda.
Mwamuhanda irmã de Kayombo Ndvumba-ya-Tembo teve também dois (2) filhos- Mwaku-a-Kesse e Mwayhemba-ya-Ngonga.
Mwaku-a-Kesse e Mwayhemba-ya-Ngonga são neto de Tembo-Kalunga.
Na morte do Mwatchissengue-Ndvumba-ya-Tembo, o poder passou para o seu sobrinho Mwaku-a-Kesse e passou a chamar-se, Mwatchissengue-Mwaku-a-Kesse.
Mwayhemba-ya-Ngonga teve nove (9) filhos.
Que são:
1º-Mwakawéwé Muthunda
2º-Muhanda
3º-Zwa
4º-Ulombo
5º-Mayembe
6º-Tchamba
7º-Mafunvu
8º-Txissua
9º-Mwakawéwé Ndvumba
Mwatchissengue-Mwaku-a-Kesse, antes da sua morte, junto a família Real decidiram que futuramente o Trono de Mwatchissengue-wa-Tembo só será outorgado aos descendentes do ventre de Mwayhemba-ya-Ngonga neta de Tembo-Kalunga.
Depois da sua morte o Lukhano (pulseira) símbolo do poder, foi deixado ao cuidado do seu sobrinho mas velho Mwakawéwé Muthunda filho da sua irmã Mwayhemba-ya-Ngonga para responsabilizar-se da sucessão do trono. Sete (7) eram meninas as únicas que poderiam dar herdeiros ao Trono, cada uma delas tinha o Reinado para si através dos seus filhos ou descendentes direitos, iniciando ao ciclo pela filha mas velha. Assim acontece, como abaixo podemos descriminar:
SUCESÃO DO TRONO NAS FILHAS DE MWAYHEMBA-YA-NGONGA

Mwakawéwé Mutunda filho de Mwayhemba-ya-Ngonga, cumprindo com os rituais tradicionais e a orientação deixada pelos ancestrais, com a morte de seu tio Mwatchissengue-Mwaku-a-Kesse o lukano (pulseira) foi outorgado a seu sobrinho mas velho, Mwakuxinuca filho da sua irmã Muhanda, assim passou a chamar-se Mwatchissengue-Mwakuxinuka. Depois da morte deste o símbolo do poder permaneceu na mesma ventre da Muhanda assumindo o poder seu irmão Malia, e passou a chamar-se Mwatchissengue-Malia isto é em meados do século XIX, nas áreas do Ngambo onde fixaram o estado (Limbo) no Txitumba- Khungu-nhy-Kazá.
              Com a morte acidental de Mwatchissengue Malia o Mwakawéwé Muthunda reuniu a família Real para transferir o trono para a ventre da irmã a seguir da Muhanda neste caso a Zwa. Mwakawéwé Muthunda mandou chamar o seu sobrinho Txiaze Lutongo para assumir o trono por ser o filho mas velho da sua irmã Zwa porque na altura já vivia no Itengo onde explorava borracha, já no trono passou a chamar-se Mwatchissengue-wa-Tembo Tchiaze Lutongo. Regressou e fundou o seu estado no Itengo, onde viveu com o seu irmão Kajilamutoma filho da sua tia Ulombo, devido algumas divergência causadas pelos sobrinho do Tchiaze Lutongo, Kajilamutoma retirou-se do Itengo regressando atravessou os rios Luachimo, Tchihumbwe, Luembe, luia e foi viver na beira do rio Kassay nas área de Chiluange, depois atravessou o rio Kassay e fixou o seu estado no distrito de Sandowa na atual R.D.C. e passou a chamar-se Mwatchissengue-Samutoma, ventre da Ulombo.
 Na morte do Mwatchissengue-Tchiaze-Lutongo o trono permaneceu no ventre da Zwa onde assumiram os seus sobrinhos, Sakaloya, Mwatchikungu Sandambi e Sakavula, ambos descendentes de Mwayhemba-ya-Ngona. Na morte do Mwakawéwé Ndvumba filho da Mwayhemba-ya-ngonga, a família real retirou-se do Khungu-nhi-Kazá atravessaram o rio Txihumbwé e Lwembe foram destacar-se no rio Lweia onde desagua o rio Kaluri isto é entre o rio Lwembe e o rio Luia. A Aldeia (Limbo) foi conhecida como (Kunganda maha Mwanangana Mwakawéwé) -Kutchokwé. Foi neste local onde assumiu o poder Mwakawéwé Lukhassa como chefe da família de Mwayhemba-ya-Ngonga a fim de se responsabilizar do Trono de Mwatchissengue-Wa-Tembo na sucessão. Mwakawewe Lukassa foi preso pelos Portugueses e levado, ele mas três sobrinhos. Mayembe a quinta (5) filha de Mwayhemba-ya-Ngonga teve uma filha que se chamou Tchaka, esta por sua vez teve dois (2) filhos que se chamaram Mukungassanda e Tchunga-Namuhanda, esta ultima teve doze (12) filhos que são: Mwakawéwé Lukhassa, Nakapamba, Muxiteno Nasonhi Samukambo, Candji Ulombo, Tembo Naphezo, Mwakanhika, Khukwa, Ghombo, Sathambi, Muhanda e Alberto Ndvumba. A este ventre da Mayembe, foi dado o poder de assumir o Lukhano (pulseira) de Mwakawéwé pelo seu pai Mwakawéwé Ndvumba o último filho da Mwayhemba-ya-Ngonga neta da Tembo-Kalunga. A esta geração da Tembo-Kalunga 2ª filha da Nakapamba, vem o direito indiscutível de outorgarem o trono de Mwatchissengue-Wa-Tembo Rei da tribo Tchokwé que ocupa a região leste do território Angolano, a sede do Trono enconta-se na Cidade de Saurimo capital da Província da Lunda-Sul.
REIS TCHOKWÉS DESDE O SECÚLO XVI


REI- NDUMBA-YA-TEMBO- FILHO DA TEMBO-KALUNGA
REI- MWATCHISSENGUE MWAKO- AKESSE- FILHO DE MWAMUHANDA
REI- MWATCHISSENGUE MWAKUXINUCA – NETO DE MWAYHEMBA-YA-NGONGA
REI- MWATCHISSENGUE MALIA- NETO DE MWAYHEMBA-YA-NGONGA
REI- MWATCHISSENGUE TXIANZE LUTONGO NETO DE MWAYHEMBA- YA- NGONGA
REI- MWATCHISSENGUE SACALOYA DA GERAÇÃO DE MWAYHEMBA-YA-NGONGA
REI- MWATCHISSENGUE MWATCHIKUNGU SANDAMBI DA GERAÇÃO DE MWAYHEMBA
REI- MWATCHISSENGUE SAKAVULA DA GERAÇÃO DE MWAYHEMBA-YA-NGONGA
REI- MWATCHISSENGUE JOSÉ SATAMBI DA GERAÇÃO DE MWAYHEMBA-YA-NGONGA
REI- MWATCHISSENGUE NDUMBA ALBERTO DA GERAÇÃO DE MWAYHEMBA-YA-NGONGA

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