terça-feira, 17 de março de 2015

IDENTIDADE CULTURAL DO POVO TCHOKWÉ

Esta é a mínima informação sobre a nossa História que precisa de ser compilada por escrito e ser divulgada.

Com a vossa presença aqui, tereis mais conhecimentos acerca deste povo cuja riqueza cultural representa 90 por cento das peças expostas nos museus de Luanda, Benguela, Huíla e símbolos da cultura angolana no exterior do País, com destaque para as estatuetas Samanhonga (o pensador) e Mwana-Pwo (a máscara feminina).

A nossa aposta está na recuperação, valorização e divulgação da nossa identidade cultura e publicação da nossa História.

Somos Tchokwe e não Lunda-Tchokwe como hoje nos chamam. Do Lundu-nhi-Senga até aos territórios que ocupamos em Angola, na Zâmbia, no Congo Democrático, Tanzânia e Moçambique somos povo Tchokwe. Os lunda falam lunda e têm a sua identidade cultural (danças, música, artesanato, etc.); assim como os luvale também têm aquilo que os identifica e os diferencia dos Tchokwe e lunda. Os lundas não dançam chianda, muwango, chikapa; não têm palhaços como chikungu, katwa, chihongo, kalelwa, chitenu; os seus hábitos alimentares são diferentes dos nossos. Logo nada nos confunde com os lundas, apesar de termos a mesma área de origem (Lundu-ni-Senga).

No passado recente fomos chamados de quiocos, nome que não nos identificava; hoje chamam-nos de lunda-Tchokwe, uma forma de deturpar a nossa identidade.

domingo, 8 de março de 2015

O DIREITO DE SUCESSÃO

O DIREITO DE SUCESSÃO NO TRONO DE MWATCHISSENGUE-WA-TEMBO



Tembo-Kalunga, filha da Nakapamba teve dois (2) filhos- Kayombo-Ndvumba-ya-Tembo e Mwamuhanda.
Mwamuhanda irmã de Kayombo Ndvumba-ya-Tembo teve também dois (2) filhos- Mwaku-a-Kesse e Mwayhemba-ya-Ngonga.
Mwaku-a-Kesse e Mwayhemba-ya-Ngonga são neto de Tembo-Kalunga.
Na morte do Mwatchissengue-Ndvumba-ya-Tembo, o poder passou para o seu sobrinho Mwaku-a-Kesse e passou a chamar-se, Mwatchissengue-Mwaku-a-Kesse.
Mwayhemba-ya-Ngonga teve nove (9) filhos.
Que são:
1º-Mwakawéwé Muthunda
2º-Muhanda
3º-Zwa- ventre de Mwatchitambuila
4º-Ulombo
5º-Mayembe- ventre do actual Rei
6º-Tchamba
7º-Mafunvu
8º-Txissua
9º-Mwakawéwé Ndvumba
Mwatchissengue-Mwaku-a-Kesse, antes da sua morte, junto a família Real decidiram que futuramente o Trono de Mwatchissengue-wa-Tembo só será outorgado aos descendentes do ventre de Mwayhemba-ya-Ngonga neta de Tembo-Kalunga.
Depois da sua morte o Lukhano (pulseira) símbolo do poder, foi deixado ao cuidado do seu sobrinho mas velho Mwakawéwé Muthunda filho da sua irmã Mwayhemba-ya-Ngonga para responsabilizar-se da sucessão do trono. Sete (7) eram meninas as únicas que poderiam dar herdeiros ao Trono, cada uma delas tinha o Reinado para si através dos seus filhos ou descendentes direitos, iniciando ao ciclo pela filha mas velha. Assim acontece, como abaixo podemos descriminar:
SUCESÃO DO TRONO NAS FILHAS DE MWAYHEMBA-YA-NGONGA

Mwakawéwé Mutunda filho de Mwayhemba-ya-Ngonga, cumprindo com os rituais tradicionais e a orientação deixada pelos ancestrais, com a morte de seu tio Mwatchissengue-Mwaku-a-Kesse o lukano (pulseira) foi outorgado a seu sobrinho mas velho, Mwakuxinuka filho da sua irmã Muhanda, assim passou a chamar-se Mwatchissengue-Mwakuxinuka. Depois da morte deste o símbolo do poder permaneceu na mesma ventre da Muhanda assumindo o poder seu irmão Malia, e passou a chamar-se Mwatchissengue-Malia isto é em meados do século XIX, nas áreas do Ngambo onde fixaram o estado (Limbo) no Txitumba- Khungu-nhy-Kazá.
              Com a morte acidental de Mwatchissengue Malia o Mwakawéwé Muthunda reuniu a família Real para transferir o trono para a ventre da irmã a seguir da Muhanda neste caso a Zwa. Mwakawéwé Muthunda mandou chamar o seu sobrinho Txiaze Lutongo para assumir o trono por ser o filho mas velho da sua irmã Zwa, e porque, na altura já vivia no Itengo onde explorava borracha, já no trono passou a chamar-se Mwatchissengue-wa-Tembo Tchiaze Lutongo. Regressou e fundou o seu estado no Itengo, onde viveu com o seu irmão Kajila Mutoma filho da sua tia Ulombo, devido algumas divergência causadas pelos sobrinho do Tchiaze Lutongo, Kagila Mutoma retirou-se do Itengo regressando, atravessou os rios Luachimo, Tchihumbwe, Luembe, luia e foi viver na beira do rio Kassay nas área de Chiluange, depois atravessou o rio Kassay e fixou o seu estado no distrito de Sandowa na atual R.D.C. e passou a chamar-se Mwatchissengue-Samutoma, ventre da Ulombo.
 Na morte do Mwatchissengue-Tchiaze-Lutongo o trono permaneceu no ventre da Zwa onde assumiram os seus sobrinhos, Sakaloya, Mwatchikhungu Sandambi e Sakavula, ambos descendentes de Mwayhemba-ya-Ngona. Na morte do Mwakawéwé Ndvumba filho da Mwayhemba-ya-ngonga, a família real retirou-se do Khungu-nhi-Kazá atravessaram o rio Txihumbwé e Lwembe foram destacar-se no rio Lweia onde desagua o rio Kaluri isto é entre o rio Lwembe e o rio Luia. A Aldeia (Limbo) foi conhecida como (Kunganda maha Mwanangana Mwakawéwé) -Kutchokwé. Foi neste local onde assumiu o poder Mwakawéwé Lukhassa como chefe da família de Mwayhemba-ya-Ngonga a fim de se responsabilizar do Trono de Mwatchissengue-Wa-Tembo na sucessão. Mayembe a quinta (5) filha de Mwayhemba-ya-Ngonga teve uma filha que se chamou Tchaka, esta por sua vez teve dois (2) filhos que se chamaram Mukungassanda e Tchunga-Namuhanda, esta ultima teve doze (12) filhos que são: Mwakawéwé Lukhassa, Nakapamba, Muxiteno Nasonhi, Samukambo, Candji Ulombo, Tembo Naphezo, Mwakanhika, Khukwa, Ghombo, Sathambi, Muhanda e Alberto Ndvumba. A este ventre da Mayembe, foi dado o poder de assumir o Lukhano (pulseira) de Mwakawéwé pelo seu pai Mwakawéwé Ndvumba o último filho da Mwayhemba-ya-Ngnga neta da Tembo-Kalunga.


sábado, 7 de março de 2015

ASSENTAMENTO DO REINADO TCHOKWE

PONTOS FULCRAIS DO REINADO TCHOKWÉ


Cinco pontos fulcrais serviram de assentamento do Reino Tchokwé, Ttchiboco junto do rio Kuchique na serra de Muzemba nas áreas de Luma-Kassai onde reinou Kaiombo Mwadvumba,Mwatchissengue Ndumba-ya-Tembo e seu sobrinho Mwaco-a-Kesse filho da sua irmã Mwamuhanda ambos filhos da Tembo-Kalunga, depois no Txitumba nas áreas de Khungu-nhi-Kaza na atual Regedoria do Ngambo onde Reinou Mwatchissengue Mwakuxinuca e Mwatchissengue Malia netos de Mwayhemba-ya-ngonga irmã de Mwaku-a-Kesse ambos filhos de Mwamuhanda. Depois no Itengo, onde reinou Mwatchissengue Txiaze Lutongo,Sakaloya,Sandambi e Sacavula todos da geração de Mwayhemba-ya-Ngonga, depois no Txandumba no outro lado do rio Luó onde reinou Mwatchissengue José Satambi, após a ocupação da administração colonial, decidiram retirar o Rei Tchokwé naquela área para o Sueje a 20 km de Saurimo, na altura chamava-se Henrique Carvalho onde reina o atual Rei Tchokwé Mwatchissengue Alberto Ndumba. Esta decisão foi tomada, para encurtar a distância e facilitar o contacto permanente com o chefe da tribo Tchokwé quando o reconheceram no Itengo em julho de 1895 junto da Administração do Estado Português naquela altura.

sexta-feira, 6 de março de 2015

DIVISÃO DO REINO POR REGIÕES

DIVISÃO ADMINISTRATIVA DO IMPÉRIO TCHOKWÉ

Na primeira dinastia o império Tchokwé foi dividido em Treze (13) regiões, menos um estado autónomo dos Luenas ou Luvales devido a sua maior população e por ser também da geração de Txinhama- txa-Konde irmão da Lueji-a-Konde.
1-     Região de Kacolo ao rio Kwango.
Responsaveis- Mwanatximbundu e seu sobrinho Mwatximbia Mua-Kaminungu.
2-     Região do rio Kwango-Lui até alto Kwanza.
Responsaveis- Mwacanhica e Mwamungowa
3-     Região do Alto Kwanza até Manongue (Kamanongue).
Responsaveis- Mwamuchiko.
4-     Região do rio Kassai Luma-rio a nascente rio Chikapa.
Responsável- Mwakawéwé.
5-     A Região do rio Kassay rio Itengo rio Chicapa.
Responsavel Mwatchissengue-Wa-Tembo.
6-     A Região do rio Chicapa rio Kwilu.
Responsavel Mwakassau
7-     A Região do rio Kassay-Lucapa-Kalonda-Kamissombo
Responsavel Mwabumba Mwakayengue.
8-     A Região do rio Chicapa-Kapaya-rio Kwilu.
Responsavel Mwakapelengue.
9-     A Região do rio Kwango-Cafunvu-rio-Mussuku.
Responsavel Mwana Kafunvu-Ndondji-Tchakala
10- A Região do rio Kwilu rio Kahemba.
Responsavel Mwakandala
11- A Região do rio Kassay Lwebo-Chikapa-rio Lovua.
Responsavel Mwambumba-Mwamukandjanga.
12- Região Baixo Louva-rio Luchiku-rio Kwilu.
Responsavel Mwamuchiko e seu sobrinho Mwakhelendede.
13- Região do Alto Sul e Norte do rio Lyambeji (Zambeze)
Área Autónoma

Responsavel Rainha Tchinhama-Tcha-Mukwa-May(Nyakatolo). 

quarta-feira, 4 de março de 2015

ENCONTRO COM A JUVENTUDE


Dom Alberto Ndumba Mwatchissengue-Wa-Tembo no encontro com a juventude do Partido no Poder e outros jovens universitários, dias antes da partida para o CANFEU 2015, que se realizou na Província do Moxico. O encontro teve como tema principal, a preparação de uma peça tradicional (Mucanda) circuncisão, para ser apresentada no evento de Campos de Férias dos Estudantes Universitários de Angola.

REIS DA TRIBO TCHOKWÉ

REIS TCHOKWÉS DESDE O SECÚLO XVI
















REI- MWATCHISSENGUE NDUMBA-YA-TEMBO- FILHO DA TEMBO-KALUNGA
REI- MWATCHISSENGUE MWAKO- AKESSE- FILHO DE MWAMUHANDA
REI- MWATCHISSENGUE MWAKUXINUCA – NETO DE MWAYHEMBA-YA-NGONGA
REI- MWATCHISSENGUE MALIA- NETO DE MWAYHEMBA-YA-NGONGA
REI- MWATCHISSENGUE TXIANZE LUTONGO NETO DE MWAYHEMBA- YA- NGONGA
REI- MWATCHISSENGUE SACALOYA DA GERAÇÃO DE MWAYHEMBA-YA-NGONGA
REI- MWATCHISSENGUE MWATCHIKUNGU SANDAMBI DA GERAÇÃO DE MWAYHEMBA
REI- MWATCHISSENGUE SAKAVULA DA GERAÇÃO DE MWAYHEMBA-YA-NGONGA
REI- MWATCHISSENGUE JOSÉ SATAMBI DA GERAÇÃO DE MWAYHEMBA-YA-NGONGA
REI- MWATCHISSENGUE NDUMBA ALBERTO DA GERAÇÃO DE MWAYHEMBA-YA-NGONGA


terça-feira, 3 de março de 2015

DINASTIA NO REINO TCHOKWÉ

DINASTIA NO REINO TCHOKWÉ



- A primeira dinastia no Reino Tchokwé foi dos Mwambuba, o império era ainda num estado embrionário no seu desenvolvimento socioeconómico e politico, a caça a colheita de frutos silvestres, o homem Tchokwé se vestia ainda de mwandji que é produto de escoramento duma árvore chamada tchitepa, e a introdução de mukanda (circuncisão).
- A segunda dinastia foi dos Mwandvumba-wa-Tembo, não houve nada de especial para assinalar, porque já no txinboco o trono foi resgatado por Ndvumba-ya-Tembo devido a falta de maturidade, dinamismo por parte dos mwandvumba.

- A Terceira dinastia foi e continua a ser dos Mwatchissengue-wa-tembo geração de Mwayhemba-ya-Ngonga neta de Tembo-Kalunga filha de Nakapamba, esta ultima é que foi caracterizada pela sua grande maturidade e dinamismo na sua organização em geral, é neste Reino que o império foi sedentário, porque teve fronteiras, do Kassay ao rio Kwango e do Luma aos Katchilangue do norte e quase todas as terras foram ocupadas pelo seu povo, a partir do Luma as Clãs Tchokwés começaram a ocupar a parcela do território de Angola cujo as fronteiras que acima nos referimos eram os limites com outras Tribos, ao leste com os Kalundas ao oeste com a região de Kassanje, estado dos Bangalas, Kimbundos e Phendes originários de Txinguri-Txa-Ngonde ao norte com a Província do Chikapa na R.D.C. onde habitam as tribos dos mulubas e phendes que não queriam seguir o Txinguri nas terras de Luanda. Ao sul com Luvales tribo da Rainha Nyacatolo descendentes de Txinhama-Txa-Ngonde irmão de Lueji ambos filhos de Konde-Matete irmão de Nakapamba.

segunda-feira, 2 de março de 2015

O PRIMEIRO REI DA TRIBO TCHOKWÉ 1880 SÉCULO-XVIII

Este foi o primeiro Rei da tribo Tchokwé, chamou-se Mwatchissengue-Ndumba-Wa-Tembo, fiho de Tembo-Kalunga e neto da Nakapamba.
Mwene Ndumba wa Tembo é homem elegante, de figura distinta, tipo inteligente, ar nobre e maneiras delicadas.
        Trajava um pano de riscado preso a cinta por uma correia, tendo suspensa adiante pequena pele de antilope, casaco de fazenda escura, coberto de quadradinhos bordados a cassungo completava a sua modéstia "toilette".
        Uma coroa de latão, como a dos monarcas da Europa, singular copia de que nunca podemos  conhecer a proveniencia, cingia-lhe a fronte,  tendo na parte inferior uma fita bordada a missanga de cores.
        Pendia-lhe do pescoso exotico colar, onde figuravam dois busios e um pequeno chifre de antilope(1)
          Assim escreveram Capelo e Ivens a figura de Ndumba- wa-Tembo, régulo do Tchiboco, Rei dos Tchokwé quando no dia 11 de julho do ano já distante de 1874 a 1878, entravam em contacto com ele na sua povoação de Cuchique, sanzala capital dos Tchokwés daquela época(2).
-Tchokwé lingua materna dos habitantes do leste da Republica de Angola que compreende as Províncias da Lunda-Sul Lunda-Norte e o seu povo espalha-se as Provincias do Moxico e Kundo-Cubango, metade dessa tribo habita na Republica Democratica do Congo, mas concretamente na Povincia de Katanga, e na Republica da Zambia
          (1)-vide De Benguela ás terras de Iaca, Lisboa, Vol.1 pag.161 e segs.
          (2)-a povoação situava-se um pouco a oeste das nascentes do Cuango e do Cassai. O rio Cuchique, que difere frequentemente de nome, de mapa para mapa, é afluente norte do Luando subafluente do Cuanza. Relativamente a palavra Tchiboco, forma adaptada por Capelo e Ivens, trata-se da deturpação de Kitchokwé Katchokwé (Pais dos Tchokwés), segundo a pronucia dos naturais. 




































































SURGIMENTO DO REINO TCHOKWÉ E O TRONO DE MWATCHISSENGUE-WA-TEMBO

Surgimento do Reino Tchokwé e o trono de Mwatchissengue-Wa-Tembo

Em meados do século XVI, na grande migração do povo bantu, retirando-se do Lundju-nhi-Senga uma área situada entre os lagos Moero e Tanganhica na região dos grandes-lagos, a caravana era chefiada por um homem chamado Txinhaweji Nbala-Ngoio, este foi o pai de Mwaku-a-Kesse e Naweji-weji.
Esta foi a família Real, e era numerosa, o Mwaku-a-Kesse foi o pai do Mwanzanza Mwaricamonga e Yala-Muaku.
-O Yala-Mwaku foi o pai de Konde Matete, Nakapamba e Ndondji Tchakala.
-Primeiro filho de Yala-Muaku chamou-se Konde-Matete.
-Konde-Matete foi o pai de Tchinguri-txa-Konde, Txinhama-txa-Konde, Lueji-a-Konde e Kalumbo.
-A Segunda filha de Yala-Mwaku chamou-se Nakapamba.
-Nakapamba foi a mãe de Txumba-Kalunga, Tembo-Kalunga e Txitxu-txa-Kalunga.
-O terceiro filho de Yala-Mwaku chamou-se Ndondji-Txakala. Descendência do clã Mwana-Kafunvu.

INÍCIO DO GRANDE MOVIMENTO DO ÊXODO TCHOKWÉ

Já nas áreas de Khalanhi, na atual R.D.C. no ano 1650 morre Konde Matete filho de Yala-Mwaku e a pulseira (Lukhano) símbolo do poder fica com a sua filha Lweji-a-Konde, muito nova torna-se Rainha, porque o pai antes da sua morte tinha confiança nela em relação aos seus filhos Txinguri e Txinhama.
Um jovem caçador baluba, chamado Txipinda Ylunga apareceu nas áreas de Khalanhi, região onde se situava a Mussumba quando o império dos seus avós ruía, isto é, nas mediações do acampamento onde a Lweji-a-Konde era a Rainha,
Alguns populares preparavam constamente maluvo bebida tradicional extraída de plantas semelhantes as palmeiras, que se chama (khele) para oferecerem a Rainha, e sempre que o caçador chegava no local da extração consumia a bebida nos reservatórios (Izanda) e deixava grandes nacos de carne. Quando foi descoberto e capturado foi levado junto a Rainha. Após o esclarecimento do ocorrido a Rainha por sua vez achou o escravo de elegante, decidio que permanecesse no palácio (Txiphanga), como família e não como escravo.
Pela tradição a mulher no período menstrual não pode usar a pulseira (lukhano) que simboliza o poder tradicional. Nessa altura, o homem feito escravo no palácio (txiphanga) se tornara esposo da Rainha, e no período do círculo mensal o Lukhano (pulseira) era entregue a txipinda ilunga e a Rainha ordenava que todos sem exceção o respeitassem como Rei. Esta notícia foi mal acolhida principalmente pela família Real, como também tinham negado a proposta de casamento, com o forasteiro txipinda ilunga. Tchinguri-txa-Konde irmão da Rainha Lweji-a-Konde ambos filhos de Konde-Matete, reuniu algumas famílias que não aprovaram a decisão da Rainha e retirou-se da Mussumba rumo ao sudoeste atravessou o rio Kassay,rio Kwango rio Lui foi acampar-se nas portas de Luanda. Tchinguri veiu a fixar-se definitivamente no alto Lui, e o seu povo espalhou-se pela região de Kassanje, onde veio a fundar um novo Estado “Os Bangalas”.

Retiraram-se da Mussumba, primeiro Txinguri-Txa-Konde irmão mas velho da Lueji. Depois a Nakapamba acompanhado por numerosos grupos incluindo outros partidários de Txinhama-Txa-Konde e de Kayombo Mundjumba amigos de Txinguri-Txa-Konde. Entretanto, a partida de Txinguri de Khalanhy, criou divergências entre os Kalundas e outras tribos. Lweji por sua vez reuniu os carúla (parentes) da linhagem ascendente para ouvir suas opiniões. Nesse encontro, a sua Tia Nakapamba sugeriu a suana mulunda (herdeira do estado) naquela altura que mandasse voltar Txinguri, e prontificou-se a ir busca-lo, Lweji e seu marido concordaram com a ideia. Lweji-a-Konde apercebendo-se da situação, convocou o povo e disse-lhes “aye kua tchinguri” o que significa, os de tchinguri acompanhem-no, do termo “aye-kua” empregue por Lweji pretende-se explicar á etimologia (Tchokwé, Katchokwé,Tutchokwé) designação aplicada aqueles que partiram da Mussumba nas peugadas de Tchinguri-Txa-Konde. A retirada dos tchowés na Mssumba foi muni ciosamente preparada, Foram ponderadas questões logísticas, travessia dos rios, grupos de avanço, etc., uma operação que levou anos para ser concretizada.

O grupo de avanço foi chefiado por Fota e tinha a missão de escolher as melhores vias por onde as caravanas podiam passar. Qualquer obstáculo maior era contornado e os pequenos eram superados com medidas paliativas. No caso dos rios como Cassai e Liambeji (actual Zambeze) eram contornados pelas nascentes, ao passo que os outros eram transpostos através de pontes precárias de pau construídas pelo grupo chefiado por Nguji. Ao Chitelembe foi confiada a logística, ou seja, comandar as operações de caça, pesca e recoleção de frutos silvestres para alimentar a população em marcha.
Ao longo do percurso, que levou muitos anos, foram criados vários acampamentos de passagem onde permaneciam longos dias ou meses, para se renovar as energias e depois retomar-se a marcha.

Atingida a outra margem do rio Luau, depois da caminhada ao longo do rio Cassai em busca da sua nascente, as primeiras comunidades começaram a se instalar no atual território da Província do Moxico. Era a caravana encabeçada por Mwamushiko, que foi se espalhando até atingir o Kamanongue e Luena. Outros foram até Menongue, província do Kwando-Kubango.


O grosso da caravana seguiu o curso do rio Cassai em busca da sua nascente, para o atravessarem em direção ao atual território Tchokwé, Durante a viagem, a Tembo Kalunga segunda filha da Nakapamba teve um filho que se chamou Kaiombo Ndumba-ya-Tembo. A caravana chefiada por Kayombo Mwandumba, dirigiram-se as áreas de katacangonhya com o objetivo de encontrarem o Tchinguri, atravessaram o rio Kwango onde foi encontrado, puseram-no ao corrente das intenções da Rainha. Tchinguri por sua vez negou a ideia de regressar a Mussumba porque já tinha encontrado terras livres para além do rio Kwango, em resposta disse, “ dois leões não podem beber água na mesma lagoa”. A resposta negativa de Txinguri, fez com que a caravana chefiada por Mwandumba não regressasse a Mussumba, regressaram novamente atravessaram o rio Kwango a procura também de novas terras, caminharam e fixaram-se na cabeceira do rio Kwanza nas áreas de Luma-Kassay, destacando-se definitivamente a oeste das nascentes dos rios Kwango e Kassay em meados de 1800 a 1874. Na ocupação total desta parcela do território Tchokwé foram encontrados grupinhos que desertavam da caminhada do Txinguri, estes grupinhos eram chamados “Phendes”eram escorraçados pelos Tchokwés obrigando-os a seguirem o seu patriarca Txinguri e outros foram obrigados a atravessarem o rio Kassay pelo norte e foram destacar-se no Congo belga na província fronteiriça de txicapa atual R.D.C. A pós terem fixado nas áreas acima referidas, a família real decidiu tirar o poder ao Mwandumba para ser atribuído ao Kaiombo Ndumba-ya-Tembo, este foi tenaz e conhecido como Tchissengue “ Mussengue-wa-Gika”onde o leão fica, ninguém pode aproximar-se=Mwanangana+Tchissengue=Mwatchissengue-wa-Tembo porque o fundador deste nome do Mwene-wa-Tchokwé Rei da tribo Tchokwé foi filho da Tembo-Kalunga, e a Tembo-Kalunga é filha da Nakapamba e neta de Konde-Matete, tal decisão deveu-se a habilidade na tomada de decisões por parte do sobrinho. Depois de assumir o poder Mwatchissengue Ndumba-ya-Tembo constituiu o seu estado mas ao norte, já em terras de Kimbundu no Tchiboco junto do rio Kuchique na serra de Muzemba na nascente do rio Kassay nas áreas da atual comuna de Luma-Kassay Município do Dala Província da Lunda-Sul Republica de Angola.